REFLEXÃO SOBRE A LITURGIA DO XVII DOMINGO DO TEMPO COMUM
Cidade do Vaticano,
24 jul (RV) - A justiça de Deus é ser indulgente e bom para com todos. Por isso
Ele se revela aos pagãos. Reina sobre maus e bons, ama a todos. Não usa a força para
subjugar o ser humano, mas coquista os corações demonstrando mansidão e indulgência. Deus
age assim para ensinar ao povo que o justo deve amar todos os homens, não somente
os bons. O justo, está escrito no livro da Sabedoria, deve ser humano, indulgente. No
Evangelho, Jesus ensina que a Palavra sozinha vai avante. É preciso ter confiança
em Deus, em sua ação. Basta semeá-la com paciência e perseverança. Não importa
o tamanho da semente e nem se o ato de semeá-la foi realizado de modo invisível. Será
a força de Deus que irá suscitar a grande árvore, o grande sucesso do Reino. Jesus
nos pede carta branca, confiança absoluta nele. O Reino de Deus é poder de Deus,
não depende de mim, por isso ele se desenvolve com toda certeza. Jesus ensina seus
discípulos a fecharem os olhos ao que parece realidade porque se vê, e abri-los ao
que é, ou seja, à realidade misteriosa do Reino que está frutificando silenciosamente.
Apesar de não percebermos, a Palavra dará fruto no tempo devido. O apressado corre
o risco de, querendo a perfeição, arrancar aquilo que foi plantado por Deus. E, de
acordo com a nossa fé, todos os homens foram criados à imagem de Deus. Por isso é
impossível que exista alguém que seja só joio. Em seu coração está plantado o trigo
de Cristo. Ter paciência e respeitar a hora de cada qual. Chegará o momento em que
o trigo plantado vai surgir. Mas se sou impaciente, cobrador, desanimador, jamais
o trigo virá á tona. Terei, ao contrário, o joio da decepção e da frustração. Se
Deus é paciente conosco, também nós deveremos ser pacientes não apenas com nossos
irmãos na fé, mas com todos os homens. Deveremos ter paciência e confiar na ação
de Deus, em sua Graça, nos corações e nas mentes de todos os homens. Deus trabalha
em silêncio em todos os corações, porque todos os homens que existem sobre a face
da terra, são seus filhos muito queridos.