Nova York, 22 jul (RV) - "As armas não podem ser tratadas como uma mercadoria
qualquer" – foi o que disse a delegação da Santa Sé na ONU, em Nova York, recordando
o alto custo em termos de vidas humanas causado pelo tráfico de armas.
Formada
pelo Observador Permanente da Santa Sé na ONU, em Nova York, Dom Francis Chullikatt,
pelo especialista vaticano em questões de desarmamento, Mons. Mauro Cionini, e pelo
membro da seção Relações com os Estados da Secretaria de Estado, Sr. Paolo Conversi,
a delegação participou da sessão da ONU de preparação do Tratado sobre o Comércio
de Armas que deverá ser votado numa conferência prevista para 2012.
"A proliferação
de qualquer tipo de arma incentiva guerras locais, violência urbana e mata a cada
dia várias pessoas no mundo. A comunidade internacional deve adotar com urgência um
instrumento legal contra o tráfico de armas com modelos reconhecidos e aprovados no
âmbito internacional. Os sofrimentos, conflitos, desordens, violações dos direitos
humanos, crises humanitárias, crimes, violência e medo são as conseqüências dos lucros
irresponsáveis obtidos com esse tráfico" – sublinhou a delegação.
Dom Chullikatt,
em nome da Santa Sé, evidenciou ainda outros efeitos como o "impacto negativo do tráfico
de armas sobre as condições de mulheres e crianças e também as conseqüências em termos
de redução do desenvolvimento integral dos povos".
A Santa Sé encoraja o processo
que a ONU está levando adiante desde 2006 em favor da adoção de um Tratado sobre o
Comércio de Armas até 2012, que promova critérios vinculantes para regularizar o comércio
de armas e munições, como também o comércio de instrumentos tecnológicos para a sua
produção.
A delegação sublinhou a necessidade da assistência às vítimas das
armas, a salvaguarda da vida humana e a construção de um mundo que respeite a dignidade
humana e não somente coloque fim ao tráfico de armas. (MJ)