ARCEBISPO PAKIAM: ESPERANÇAS DA IGREJA NA MALÁSIA, APÓS ENCONTRO DO PREMIER RAZAK
COM BENTO XVI
Kuala Lumpur, 19 jul (RV) - "A voz da moderação – o Premier malaio Najib Razak
– encontrou a voz da paz, da justiça, dos direitos humanos, e da fé na razão, que
é o Santo Padre Bento XVI. Estou muito feliz por esse encontro e por seus êxitos,
e espero que possa trazer frutos abundantes. Faço votos de que possa ter uma ampla
repercussão positiva também em nosso país."
Com essas palavras, o Arcebispo
de Kuala Lumpur, Dom Murphy Pakiam, comentou à agência missionária de notícias Fides,
o encontro desta segunda-feira entre o Papa e o Primeiro-ministro da Malásia, ao término
do qual a Santa Sé e a Federação da Malásia anunciaram o estabelecimento de relações
diplomáticas.
O Arcebispo, que participou do encontro e foi um dos mediadores
que permitiu a realização desse histórico passo, frisou a cordialidade do clima entre
a delegação vaticana e a delegação malaia, recordando que o Premier apresentou o seu
plano para um "Movimento global dos moderados".
No que concerne à Igreja local,
a mesma "olha com esperança e confiança para o futuro", acreditando num contínuo melhoramento
nas relações institucionais.
Entre as necessidades e pedidos da comunidade
cristã ao executivo de Kuala Lumpur, "encontra-se o da instituição de um Conselho
Inter-religioso (projeto já iniciado); da instituição de um ministério para os não-muçulmanos;
o do exame da questão da educação e das escolas católicas que, com o passar dos anos,
foram nacionalizadas pelo governo, que assumiu o seu controle: a Igreja pede para
voltar a ser protagonista da formação dos jovens e para poder dedicar as suas energias
no campo da educação de qualidade".
São muitas as esperanças e as expectativas
da comunidade católica na Malásia e as reações foram muito positivas, embora os problemas
espinhosos permaneçam: a questão do uso do termo "Allah" para os não-muçulmanos (está
em andamento uma batalha jurídica); a tutela dos direitos humanos e da liberdade religiosa
de todos os cidadãos, sem nenhuma discriminação; e a presença de cortes islâmicas
e de correntes integristas de pensamento e de jurisprudência islâmica, que tendem
a controlar e impor limitações à vida de toda a população malaia. (RL)