Roma, 18 jul (RV) – O Chifre da África, para quem o Santo Padre lançou um apelo
no Angelus deste domingo, está atravessando a pior seca dos últimos 60 anos. Os países
mais atingidos são Somália, Quênia, Etiópia e Gibuti. Ao mesmo tempo, algumas áreas,
entre as quais algumas onde ficam campos de refugiados, são arrebatadas por chuvas
torrenciais. Sobre o apoio da Igreja à região, a Rádio Vaticano conversou com o responsável
da sessão internacional da Caritas Italiana, Paolo Beccegato.
Ele explicou
que a assistência às populações atingidas está sendo feita para cobrir todas as necessidades
primárias, ou seja, água, alimentos, saúde e ainda suporte para os deslocamentos.
“O trabalho é muito complexo e envolve diversos países, além da criação de uma rede
entre as Caritas, e isso faz com que tudo fique mais complexo e complicado”, ressaltou.
A
Caritas italiana atua no Chifre da África há 20 anos, conforme informou Beccegato,
principalmente na Somália, Gibuti, Quênia, Etiópia e Eritréia. Este último, aliás,
é o único país além da Somália a não estar nem mesmo na lista das Nações Unidas para
o desenvolvimento humano, pois sequer existem dados relativos à pobreza. “São países
muito problemáticos – afirmou – exatamente porque quando acontece algo de grave (além
dos problemas já existentes), não têm a capacidade de responder às necessidades da
população”.
Por isso a Caritas chama a atenção para os problemas de mudanças
climáticas e seu impacto negativo, especialmente para os mais pobres. Entre os problemas
citados, o superaquecimento global e a produção de alimentos – estes, que, aliás,
não atingem somente a África, mas também fortemente a Ásia central, a Austrália e
a América Latina.
Becceggato sublinhou ainda outro fenômeno, para o qual também
Bento XVI alertou, que é o da especulação financeira com os preços dos alimentos.
E isso – disse ele - está relacionado a tudo o que ocorre ainda no norte da África:
“existe uma série de fatores inter-relacionados, cujos detalhes devem ser estudados
para que se evite o drama de milhões de pessoas”. (ED)