PARLAMENTO ITALIANO APROVA CORTE PROPOSTO PELO GOVERNO
Cidade do Vaticano, 15 jul (RV) - A Câmara dos Deputados italiana aprovou
hoje a proposta do governo que prevê cortes de 70 bilhões de euros para tirar a Itália
da crise econômica e sustentar a moeda comum europeia. Ontem, o Senado italiano também
havia aprovado a medida. Em seu discurso aos senadores, o Ministro da Economia, Giulio
Tremonti, reiterou que a medida não é o fim da crise.
“O nosso trabalho não
termina hoje. Devemos, juntos, governo e oposição, introduzir na Constituição um artigo
que preveja o equilíbrio do orçamento”.
Os cortes serão feitos a partir do
ano que vem num esforço que, segundo o ministro Tremonti, não deve ser somente econômico.
“Ninguém
nos disse que temos que equilibrar nosso orçamento em 2011, mas queremos definir a
partir desse ano todo o caminho a ser percorrido até 2014. Assim, estabelecemos imediatamente
um vínculo absoluto com o equilíbrio orçamentário, um vínculo que ao mesmo tempo também
é jurídico e político”.
Tremonti voltou ao passado ao afirmar que a crise é
causada pelo débito público do governo italiano, que representa 120% do Produto Interno
Bruto. Nesta sexta-feira, O Banco Central Italiano divulgou que a dívida pública atingiu
um novo recorde: 1 bilhão e 900 milhões de euros. Débito maior, dentro da União Europeia,
somente da Grécia, que ultrapassa os 140%.
“Ninguém faz um corte orçamentário
como este se não for pelo bem comum. Sem equilibrar o orçamento, o débito público,
um monstro do passado , devoraria o nosso futuro e dos nossos filhos”.
Entretanto,
a partir de segunda-feira, os italianos já vão começar sentir no bolso os cortes.
Uma consulta com um médico especialista nos hospitais públicos vai custar 10 euros.
Nas emergências, aquele que estiver dentro do código branco, ou seja, atendimentos
leves que não precisariam ser feitos em hospitais, terão de pagar 25 euros. Além dos
cortes na saúde, os italianos enfretarão alta nos impostos, alterações na previdência
social, orçamento familiar e educação. (RB)