2011-07-15 20:18:41

PAPA EXPRESSA PREOCUPAÇÃO E SOLIDARIEDADE CONCRETA PARA COM A SOMÁLIA


Cidade do Vaticano, 15 jul (RV) - O Pontifício Conselho Cor Unum, fazendo-se intérprete da preocupação e dos sentimentos de solidariedade com os quais Bento XVI está seguindo a grave situação em que se encontra a Somália, dispôs o envio, em nome do Papa, de uma primeira, pequena ajuda de 50 mil euros.

A soma foi confiada ao Bispo de Djibuti e Administrador Apostólico de Mogadíscio, Dom Giorgio Bertin. A notícia foi comunicada pelo próprio dicastério vaticano, que justamente neste 15 de julho festeja seus 40 anos de fundação, por obra do Papa Paulo VI.

Fome e sede, duas exigências primárias para um ser humano: de automática e rápida satisfação para muitos, dramaticamente sem resposta para muitos outros. Dá-se na Somália, uma terra que se tornou inóspita como o pior dos desertos, cujas rachaduras áridas e queimadas pelo sol são a marca da tragédia de um povo que está lentamente morrendo de penúria.

Na realidade, todo o Chifre da África encontra-se em situação de extrema gravidade. Dez, onze milhões de pessoas – população equivalente à de Portugal – sofrem a seca impiedosa que mata homens e animais e seca a plantação na raiz, numa área que compreende também a Etiópia e o Quênia, onde, no norte, não chove há um ano.

Infelizmente, o drama é antigo e o olhar de Bento XVI – que sempre teve toda a África no coração – muitas vezes voltou-se para a Somália. Seis meses após a sua eleição à Cátedra de Pedro, ao dirigir-se aos bispos da Etiópia e da Eritréia, um dos seus primeiros pensamentos foi dedicado ao povo desse martirizado país.

"Encorajo-os a expressarem solidariedade do modo como puderem a seus irmãos e irmãs que sofrem na Somália, onde a instabilidade política torna quase impossível viver com a dignidade própria de toda pessoa humana." (Audiência aos bispos da Etiópia e Eritreia, 17 de outubro de 2005)

Em 2007, a capital da Somália, Mogadíscio, era um campo de batalha. Atirava-se casa por casa, numa luta interna que visava por prêmio a supremacia política, à custa de inúmeros corpos abandonados pelas ruas. Entre março e abril desencadeava-se o caos. Dezenas de milhares de civis fugiram ou morreram, numa barbárie de violência que provocou uma nova catástrofe humanitária, que se prolongou nos meses sucessivos e que Bento XVI não ignorou:

"Acompanho com apreensão o desdobramento dos eventos e apelo àqueles que têm responsabilidades políticas, local e internacional, a fim de que sejam encontradas soluções pacíficas e se leve alívio àquela cara população. Ao mesmo tempo, encorajo os esforços daqueles que, mesmo na insegurança e dificuldade, permanecem naquela região para levar ajuda e alívio aos habitantes." (Audiência Geral, 21 de novembro de 2007)

Num mundo em que o crescimento da interdependência entre os Estados ensinou, embora com dificuldade, a globalizar também o conceito de solidariedade, a Igreja reforça, e não raramente coordena – com as estruturas da Caritas – a ação de apoio nos casos de emergências.

Em particular, o Papa – graças à visão de futuro de Paulo VI que o instituiu em 15 de julho de 1971 – tem à disposição o dicastério Cor Unum para fazer chegar ao epicentro da necessidade o sinal da sua proximidade.

Um sinal de amor pelo homem que quer ser reflexo do amor divino e que, justamente por isso, não pode prescindir de tudo aquilo que concerne às condições práticas da vida humana:

"O agir para melhorar tais condições diz respeito à sua própria vida e à sua missão, porque a salvação de Cristo é integral e concerne ao homem em todas as suas dimensões: física, espiritual, social e cultural, terrena e celeste. Justamente dessa consciência nasceram, ao longo dos séculos, muitas obras e estruturas eclesiais finalizadas à promoção das pessoas e dos povos, que deram e continuam dando uma contribuição insubstituível para o crescimento, o desenvolvimento harmônico e integral do ser humano." (RL)







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