2011-07-15 15:22:28

EDITORIAL PE. LOMBARDI: "NÃO ESQUEÇAMOS A SOMÁLIA"



Cidade do Vaticano, 15 jul (RV) – O diretor da Rádio Vaticano, Padre Federico Lombardi, faz uma reflexão sobre a dramática situação humanitária que atinge milhões de somalis. O editorial vai ao ar no Centro Televisivo Vaticano, no informativo semanal Octava Dies.

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“A seca que atinge a região do Chifre da África criou uma situação dramática de emergência humanitária em que a população somali é a principal vítima. Fome e sede movem um número incontável de pessoas a uma desesperada procura por ajuda, em fuga aos países vizinhos, nos quais, todos os dias, cerca de duas mil pessoas chegam aos campos de refugiados. Se fala em extenuantes marchas a pé sob a ameaça de ataques dos predadores, e de crianças atacadas até mesmo por ienas.

Em julho de 1989, Dom Salvatore Colombo, Bispo de Mogadíscio, viria a ser assassinado em frente à porta da catedral. Desde então, o administrador apostólico da diocese mora fora do país. Em 2003, a enfermeira voluntária Annalena Tonelli também fora assassinada com tiros de fuzil na “Somalialândia”, depois seria a vez da irmã Leonella Sgorbati, morta – como recordou o Papa em 7 de janeiro de 2007 - “invocando o perdão para seus assassinos”. São apenas três nomes, para dizer que a Igreja católica está presente e sofre com o povo somali, mas as vítimas inocentes já são incalculáveis. Isso também entre as outras confissões cristãs por causa do ódio integralista, sem contar as vítimas da população desamparada pela luta armada entre as facções políticas e étnicas. Há vinte anos a Somália não tem governo, nas águas territorias predomina a pirataria. Muitos que fazem trabalhos humanitários tiveram que abandonar seus compromissos por causa da violência e das ameaças que sofrem.

Mesmo que o Papa recorde a Somália todos os anos em seu discurso aos diplomatas, existe a sensação de que a opinião pública mundial e a comunidade internacional se resignaram e abandoram à Somália a própria sorte. Nós também procuramos abandona-la, ou as imagens horríveis e os apelos angustiantes destes dias conseguiram reacender o nosso senso de responsabilidade e de solidariedade? (RB)








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