Jesus é a verdadeira "Parábola" de Deus, que nos atrai a Si, sem constrangimentos:
Bento XVI, por altura do Angelus, ao meio-dia, em Castelgandolfo. Recordado São Bento
(11 de Julho)
Foi em Castelgandolgo, onde se encontra desde quinta-feira passada, que o Papa recitou
o Angelus, ao meio-dia, com os fiéis congregados no pátio interior do Palácio apostólico.
Na costumada alocução, o Santo Padre comentou, como habitualmente, o Evangelho deste
domingo, a parábola do semeador.
“É uma página de algum modo autobiográfica,
porque reflete a própria experiência de Jesus, da sua pregação: Ele identifica-se
com o semeador, que espalha a boa semente da Palavra de Deus e se dá conta dos diversos
efeitos que obtém, conforme o tipo de acolhimento reservado ao anúncio.”
“Há
quem escuta superficialmente a Palavra, mas não a acolhe; há quem acolhe logo que
a escuta, mas não tem constância e perde tudo; há quem se deixa arrastar pelas preocupações
e seduções do mundo; e há quem escuta de modo recetivo, como o terreno bom: e então
a Palavra dá fruto em abundância.”
Mas este Evangelho insiste também sobre
o método da pregação de Jesus, ou seja, precisamente sobre o uso das parábolas.
Porque é que lhes falas com parábolas? – perguntam os discípulos. E Jesus responde,
estabelecendo uma distinção entre eles e a multidão:
“aos discípulos,
isso é, aqueles que se decidiram já a segui-lo, Ele pode falar abertamente do Reino
de Deus, ao passo que aos outros deve anunciá-lo em parábolas, para estimular precisamente
a decisão, a conversão do coração. De facto, as palavras exigem, por sua natureza,
um esforço de interpretação, interpelam a inteligência, mas também a liberdade”.
“No
fundo, a verdadeira Parábola de Deus é o próprio
Jesus, a sua Pessoa, que, no signo da humanidade, esconde e ao mesmo tempo revela
a divindade. Deste modo, Deus não nos constringe a acreditar nele, mas atrai-nos a
Si com a verdade e a bondade do seu filho encarnado. De facto, o amor respeita sempre
a liberdade”.
A concluir a sua alocução antes da recitação do Angelus,
Bento XVI recordou que nesta segunda-feira se celebra a festa de São Bento, Abade
e Patrono da Europa, propondo-o, à luz do Evangelho deste domingo, como mestre da
escuta da Palavra de Deus, escuta profunda e perseverante: “Temos sempre que aprender
do grande Patriarca do monaquismo ocidental a dar a Deus o lugar que lhe compete,
o primeiro lugar, oferecendo-lhe, com a oração da manhã e da tarde, as atividades
quotidianas”:
Nas saudações após a recitação do Angelus, o Santo Padre recordou
a celebração, neste domingo, do Dia do Apostolado do Mar. Saudando os capelães e voluntários
empenhados no cuidado pastoral dos marítimos, pescadores e suas famílias, o Papa mencionou
especialmente os que sequestrados:
“Asseguro a minha oração também pelos
marítimos que infelizmente se encontram sequestrados por atos de pirataria. Faço votos
de que sejam tratados com respeito e humanidade, e rezo pelos seus familiares, para
que sejam fortes na fé e não percam a esperança de se reunirem em breve aos seus familiares”.