PATRIARCA DE LISBOA FAZ ESCLARECIMENTO SOBRE ORDENAÇÃO SACERDOTAL DE MULHERES
Lisboa, 07 jul (RV) – O Cardeal-Patriarca de Lisboa emitiu ontem um “esclarecimento”
às suas declarações à revista da Ordem dos Advogados sobre a ordenação sacerdotal
de mulheres, convidando a “a acatar o Magistério” da Igreja Católica, que reserva
o sacerdócio aos homens.
Dom José Policarpo admite que as reações à entrevista,
na qual disse que “teologicamente não há nenhum obstáculo fundamental” à ordenação
feminina, o obrigaram a “olhar para o tema com mais cuidado”.
“Verifiquei que,
sobretudo por não ter tido na devida conta as últimas declarações do Magistério sobre
o tema, dei azo a essas reações”, admite, falando mesmo em “indignação” por parte
de algumas pessoas.
O Patriarca de Lisboa cita o texto do Papa João Paulo II,
na Carta Apostólica ‘Ordinatio Sacerdotalis’, no qual se pode ler: “Declaro que a
Igreja não tem absolutamente a faculdade de conferir a ordenação sacerdotal às mulheres
e que esta sentença deve ser considerada como definitiva por todos os fiéis da Igreja”.
“O
não conferir a mulheres o sacerdócio apostólico, através da ordenação sacerdotal,
é uma tradição que radica no Novo Testamento, no próprio Jesus Cristo e na maneira
como lançou as bases da sua Igreja”, explica Dom José Policarpo.
O cardeal-patriarca
considera que “a questão da ordenação de mulheres para o ministério do sacerdócio
apostólico surge recentemente, sobretudo nos países ocidentais e explica-se por fatores
diversos”, como “os movimentos de promoção da mulher” ou a “compreensão do sacerdócio
ministerial como um direito e um poder”, entre outros.
O purpurado sublinha
que “a diferença de ministério não diminui a dignidade da missão” para as mulheres
e que a impossibilidade de ordenação sacerdotal “não significa uma minimização da
mulher, mas a busca daquela complementaridade entre masculino e feminino, plenamente
realizada na relação de Cristo com Maria”.
“Somos, assim, convidados a acatar
o Magistério do Santo Padre, na humildade da nossa fé e continuarmos a aprofundar
a relação do sacerdócio ministerial com a qualidade sacerdotal de todo o Povo de Deus
e a descobrir a maneira feminina de construir a Igreja, no papel decisivo da missão
das nossas irmãs mulheres”, indica.
Dom José Policarpo diz que lhe seria “doloroso”
gerar confusão na “adesão à Igreja e à palavra do Santo Padre”. “Creio que vos tenho
mostrado bem que a comunhão com o Santo Padre é uma atitude absoluta no exercício
do meu ministério”, conclui, endereçando-se diretamente aos católicos da diocese de
Lisboa. (SP-Ecclesia)