Roma, 07 jul (RV) - “O humor da população é alto, há entusiasmo pelo evento.
Estão em andamento os trabalhos para consertar ruas e pintar os edifícios”: foi o
que disse à agência Fides o Padre Martin Ochaya, Secretário-Geral da Arquidiocese
de Juba, a capital do Sudão do Sul, que neste dia 9 de julho proclamará oficialmente
a sua independência do resto do país. A independência do novo Estado foi decidida
por referendo popular em 9 de janeiro último.
“A população tem grandes esperanças
para o futuro, porque acha que, graças à independência, a situação será diferente",
disse Padre Martin. Também a Igreja Católica, junto com outras comunidades religiosas,
participaram na preparação do evento. “Quarenta dias antes da independência – explica
o sacerdote - lançamos uma iniciativa pastoral que proporcionou momentos de oração
e eventos para promover a reconciliação. Dois dias atrás, se realizou o Dia da Reconciliação.
Foi
uma iniciativa ecumênica com vários momentos de oração, de testemunhos e confissões.
O Santo Padre Bento XVI - continua o Secretário-Geral da Arquidiocese de Juba - enviou
como seu representante para a cerimônia de independência, além do Núncio Apostólico
no Sudão, Dom Leo Boccardi, também o Cardeal John Njue, arcebispo de Nairobi. “Estamos,
portanto, comprometidos em acolher aqueles que virão festejar conosco a independência
do Sudão do Sul, como as representações episcopais de toda a região do Leste da África
e da Catholic Relief Services. As orações de agradecimento e pedidos de graças continuarão
em todas as paróquias mesmo depois da independência, durante todo o mês de julho”.
Sobre
a possibilidade de que a crise de Abyei (território disputado entre o norte e o sul
do Sudão) e do sul Kordofan (área que está no norte do Sudão, mas habitada pela população
Nuba que não aceita permanecer sob o governo de Cartum) possa afetar as celebrações
pela independência do Sudão do Sul, Padre Martin explica: “Ainda há tensão, mesmo
se na região de Abyei o cessar-fogo é respeitado e está previsto o envio de Capacetes
Azuis etíopes. A população, que fugiu da área, vive ainda em campo aberto. Mas eu
não acho que há um risco de novos combates num breve espaço de tempo. A do sul de
Kordofan é outra história. Continua sendo um problema grave, mas os sudaneses do sul
não querem que esta crise condicione negativamente as celebrações por ocasião de sua
independência”. (SP)