COSTA RICA: BISPOS DENUNCIAM SOFRIMENTO DOS IMIGRANTES
San José, 06 jul (RV) - Os bispos da América do Norte e América Central pedem
aos seus respectivos governos para que assumam a responsabilidade da tutela jurídica
dos imigrantes.
"Somos testemunhas do grande sofrimento dos imigrantes em nossos
países e regiões, que muitas vezes passam por exploração e abusos perpetrados pelas
autoridades, pelos seus patrões e organizações criminosas" – afirmam os prelados numa
declaração.
Os bispos consideram injustas e desumanas as leis que provocam
a separação das famílias migrantes, a detenção arbitrária e as ameaças contra a vida.
"Essas leis precisam ser mudadas" – frisam eles.
Falando sobre a escalada de
violência em seus países, os prelados recordam o aumento de seqüestros e homicídios
de imigrantes no México, perpetrados por organizações criminosas. O massacre de setenta
e duas pessoas no Estado de Tamaulipas, no México, em 2010, e a recente descoberta
de duzentos cadáveres no norte desse país. Muitas vezes os imigrantes são vítimas
do tráfico de pessoas. Segundo os bispos, essas tragédias receberam pouca atenção
das autoridades.
A declaração foi publicada após um recente encontro sobre
o tema da imigração realizado em San José, capital da Costa Rica, que contou a participação
de bispos dos Estados Unidos, México, Panamá, Honduras e Guatemala, com representantes
da Caritas Internacional e alguns especialistas sobre o tema da imigração. "A Igreja
é muito sensível a esse fenômeno e trabalha de forma organizada nos países particularmente
atingidos" – ressalta a nota.
Os bispos incentivam a trabalhar para o bem comum,
criando adequadas condições econômicas para que essas pessoas tenham oportunidades
em seus países.
A declaração expressa a preocupação crescente com o aumento
de seqüestros e assassinatos de imigrantes, sobretudo na fronteira entre México e
Estados Unidos.
A Comissão Nacional para os Direitos Humanos no México indica
que cerca de 10 mil imigrantes foram seqüestrados em 2008 e 2009. (MJ)