Djibuti, 05 jul (RV) - A presença da Igreja na Somália e em Djibuti foi quase
completamente cancelada nas últimas duas décadas e “sobrevive com algum trabalho humanitário”.
Foi o que disse numa entrevista à agência CISA, o Administrador Apostólico de Djibuti
e Mogadíscio, Dom Giorgio Bertin. Na entrevista, concedida às margens da 17ª assembelia
plenária da Amecea, a Associação das Conferências Episcopais da África Oriental, em
Nairobi, no Quênia, o bispo capuchinho italiano observou que a guerra e a insegurança
tornaram praticamente impossíveis a tarefa de evangelização nos dois países do Chifre
da África. Disse ainda que, devido à propagação do fundamentalismo islâmico, alimentado
primeiro pelo regime iraniano e agora pela Al Qaeda, as relações entre cristãos e
a maioria muçulmana não são fáceis. Isso, no entanto, não impediu o estabelecimento
de relações "bastante fraternas" e de ganhar a estima de alguns muçulmanos, mas, explica
o bispo, “o problema é com aqueles que não nos conhecem, e eles são a maioria”.
Outro
problema é a falta de sacerdotes que hoje são apenas três em Djibuti. “Em toda a Somália
temos somente uma paróquia e fora da cidade de Djibuti, existem quatro estações missionárias
com algumas religiosas. Na maioria dos casos, os sacerdotes, todos os estrangeiros,
permanecem pouco tempo: Os sacerdotes que vêm até nós - disse Dom Bertin - não estão
acostumados a viver num contexto muçulmano em que a atividade pastoral entre os cristãos
é quase nada”. O resultado é que há um contínuo vai e vem de pessoas. Durante os
trabalhos, o bispo lançou um apelo às Dioceses do leste da África para disponibilizar
os seus sacerdotes. (SP)