EXPERIÊNCIA BRASILEIRA EM FAVOR DA AGRICULTURA AFRICANA
Roma,
30 jun (RV) - Soluções para desenvolver e modernizar a agricultura na África.
Esse foi o tema principal de um encontro que aconteceu em Roma, proposto pelo governo
brasileiro, dentro das atividades paralelas da Conferência da Organização das Nações
Unidas para a Alimentação e a Agricultura, a FAO. Os Chefes de Estado da África foram
convidados especiais.
Entre os projetos que já estão implementados e funcionando,
destaque para o projeto Prosavana, em Moçambique, que desde abril deste ano beneficia
os agricultores no corredor de Nacala. De acordo com o Vice-Ministro da Agricultura
de Moçambique, António Limbau, com a recente aprovação do Plano Estratégico de Desenvolvimento
Agrário, será possível estender o Prosavana para outros seis importantes corredores
produtivos de Moçambique.
“Esta que é a perspectiva do governo de Moçambique
a fazer uma intervenção focalizada que se baseia na capacidade técnica, que neste
caso é a investigação, que vai ser fortalecida com nossos parceiros brasileiros, nesse
caso tecnicamente, com a EMBRAPA”.
Contudo, António Limbau destaca que um dos
setores que deve receber maior atenção é o do agroprocessamento.
“Precisamos
desenvolver essa capacidade de processamento, de conservação, não só para que o produtor
produza pra si, mas também para produzir para outros, alimentar em nível nacional
como também para aumentar a capacidade de exportação. De fato, temos agora produtores
que que precisam produzir mais. Mas eles tem que ter condições cada vez mais apropriadas
para a comercializar a produção. Depois, melhorar a qualidade e, por fim, poderem
processar para que em tempos de escassez as mercadorias possam circular dentro do
país".
Por outro lado, o Ministro da Agricultura de Guiné Bissau, Banjar Bacar,
revelou que o país tem ido buscar capacitação no vizinho Senegal, onde o Brasil tem
um programa de cooperação técnica para desenvolver a rizicultura. Entretanto, para
o Ministro, o mais importante agora é usar o exemplo brasileiro e modernizar a atividade
da agricultura familiar, que representa 99% de toda a produção da Guiné Bissau.
“Nós
pensamos que a abordagem tem que ser outra na Guiné Bissau, temos que ter primeiro
um Estado forte, isso quer dizer que o Estado tem que manter as suas mãos na agricultura,
sendo um setor eleito como prioritário. Por isso, neste momento, nós investimos em
maquinário que vão ajudar os camponeses a revirar as terras. Penso que com essa abordagem
poderemos começar a ter produções bastante significativas e que mais tarde poderemos,
talvez, passar uma parte das nossas ações ao setor privado, às cooperativas e a sociedade
civil em geral”. (RB)