2011-06-30 16:22:16

Em campo nuclear, estados e governos devem estudar politicas de intervenção não só a nível técnico mas também cultural e ético


(30/6/2011) O desenvolvimento da tecnologia nuclear precisa de um desenvolvimento paralelo de uma cultura de segurança e integridade física, não só para as pessoas de serviço, mas também na consciência publica em geral. Foi o que afirmou o representante da Santa Sé intervindo na Conferencia ministerial da Agencia internacional da energia atómica efectuada nos dias passados em Viena.
O espectro da catástrofe da central japonesa de Fukushima pairou sobre os participantes na recente conferencia da Agencia internacional da energia atómica , ditando de facto a agenda dos trabalhos e em particular a reflexão do representante da Santa Sé sobre aquilo que definiu “um problema global” A crise desencadeada em Fukushima pelo sismo e pelo tsunami, e sobretudo as suas dramáticas consequências, devidas á contaminação radioactiva de pessoas, animais, água e solos exige - afirmou antes de mais o expoente da Santa Sé – que as autoridades empenhadas na crise nuclear no Japão procedam com a máxima transparência e em estreita cooperação com a Agencia internacional da energia atómica . Contudo, prosseguiu, o desastre põe numerosas perguntas.
É legitimo – perguntou – construir ou conservar reactores nucleares operacionais sobre territórios que estão expostos a graves riscos sísmicos? E ainda: a tecnologia de fissão nuclear ou de construção de novas centrais atómicas ou a actividade constante daquelas existentes excluem o erro humano nas suas fases de elaboração, de funcionamento normal ou de emergência? Existe depois a questão do desmantelamento dos reactores nucleares obsoletos que coloca perguntas ulteriores: o que é que se vai fazer do material nuclear? O quê e quem será sacrificado? O problema do que fazer com os resíduos radioactivos é simplesmente descarregado sobre as gerações futuras? Os Estados estão dispostos a adoptar novos níveis de segurança e de integridade física? E se assim é, quem é que os vai controlar? Perguntas cruciais das quais, observou com realismo o representante da Santa Sé , deriva uma consideração iniludível , isto é, sem transparência, segurança e integridade física não se podem perseguir com diligencia absoluta.
Visto que em jogo estão exigências de massima prioridade para cada ser humano – como a tutela do ambiente da poluição, o risco de perda da biodiversidade, os efeitos das mudanças climáticas ligadas ás emissões de gazes com efeito de estufa e tudo aquilo que isto, a longo prazo pode provocar sobre a segurança alimentar - o representante da Santa Sé convidou os estados e os governos a estudar politicas de intervenção não só a nível técnico mas também cultural e ético . Se no breve período – afirmou – medidas técnicas e legais são necessárias para a protecção do material e dos sítios nucleares, bem como a prevenção de actos de terrorismo nuclear, cujos eventuais efeitos devastadores são verdadeiramente difíceis de imaginar, então, a longo prazo, são necessárias também medidas de prevenção, medidas que penetrem nas mais profundas raízes culturais e sociais. Absolutamente necessários para a Santa Sé são portanto programas de formação para a difusão de uma cultura de segurança e integridade física tanto no sector nuclear como na consciência publica em geral.








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