Cidade
do Vaticano, 28 jun (RV) - ”Pochválený buď Ježiš Kristus” - „Laudetur Jesus Christus”
– Essa saudação abre os programas eslovacos há 67 anos. Precisamente no dia 25 de
dezembro de 1943, a mensagem de Natal do papa Pio XII também ia ao ar em eslovaco.
Entretanto, as transmissões regulares do programa eslovaco começaram quatro anos mais
tarde. Primeiramente, três vezes por semana junto com o programa tcheco, dois anos
mais tarde, passou a ser diário.
Nas difíceis décadas da ditadura comunista,
entre 1948 e 1989, quando a fé na Tchecoslováquia era perseguida, o magistério da
Igreja poderia atingir os católicos além da cortina de ferro somente pelas ondas da
Rádio Vaticano.
O final da segunda Guerra Mundial, que para muitos países foi
sinônimo de liberação, foi para os eslovacos o início de novos sofrimentos. Os ataques
contra a Igreja, a hierarquia e membros, na Eslováquia, foram motivados pela identificação
da patria com a fé. Essa situação dolorosa continuou até 1989, com exceção dos poucos
meses durante a Primavera de Praga, em 1968.
Depois dos episódios de violência,
a Igreja na Eslováquia fica sem suas instituioções vitais. Os bispos que não foram
presos, acabaram isolados nas suas moradias e tiveram suas atividades limitadas. Em
1950, eram cerca de 300 os sacerdotes isolados, nos campos de concentração e em prisões.
O Estado também passou a controlar todas as ordens masculinas e femininas.
Durante
aqueles anos das violações dos direitos fundamentais, os bispos, os sacerdotes e os
laicos se comportaram como heróis. A eles, a liberdade e a democracia chegava pelas
ondas da Rádio Vaticano. A partir de 1989, com a queda do Muro de Berlim, começava
uma lenta retomada da Igreja na ainda Tchecoeslováquia. Um posterior impulso ao renascimento
da vida religiosa vem com o Beato João Paulo II que, durante sua primeira visita apostólica
na Eslováquia, em 22 de abril de 1990, encorajou os fiéis:
"Com grande alegria
estou no meio de vocês, aqui na Eslováquia, para confirma-los na fé em Jesus Cristo
ressuscitado. No passado, mesmo querendo, não podia estar aqui não era possível. Mas
agora, o impossível se tornou possível, depois de quarenta anos de caminhada pelo
deserto. Depois de tantas sextas-feiras Santas chegou a manhã de Páscoa com a alegria
do Aleluia. Recordo tantas pessoas, que também aqui na Eslováquia, vivenciaram
sua fé, mesmo expondo-se ao perigo. Bispos feitos prisioneiros, humilhados, torturados
e impedidos de realizar suas missões. Sacerdotes ameaçados, agredidos no seu serviço
sacerdotal. Religiosos expulsos dos conventos, crianças educadas num contexto que
renegava Deus. Tantos que sofreram pela própria fé! O sangue dos mártires é semente
dos novos cristãos. O Espírito de Deus jamais abandonou vocês. Sempre esteve com este
Povo de Deus que vive na Eslováquia".
Mas hoje, qual é o papel das transmissões
em eslovaco da Rádio Vaticano? Antes de tudo é preciso dizer que na Eslováquia é evidente
a falta de informação religiosa. Nesse panorama, o programa eslovaco é uma das fontes
principais, tanto para as pessoas quanto para os veículos, seja para as notícias sobre
as atividades de Bento XVI e a vida da Igreja, ou sobre os fatos da vida quotidiana
da comunidade católica na Eslováquia. Tudo isso em quinze minutos diários de rádiojornal.
(RB)