Roma,
27 jun (RV) - A Conferência bienal da Organização das Nações Unidas para a Agricultura
e Alimentação, FAO, termina somente na próxima sexta-feira, mas a decisao mais importante
já foi tomada: o novo diretor-geral foi eleito. É o brasileiro José Graziano da Silva,
ex-ministro de Combate à Fome no governo do ex-Presidente Lula da Silva. Graziano
foi eleito com 92 votos na segunda sessão, contra 88 votos do candidato da Espanha.
O mandato de José Graziano começa em janeiro de 2012 e vai até julho de 2015. O diretor-geral
eleito da FAO comentou a vitória.
“Eu acho que isso mostrou, primeiro, a força
de um país emergente, que tem muito a dizer em termos de agricultura, desenvolvimento
rural, combate à fome e políticas sociais. E também a força de idéias-chaves que não
eram amplamente aceitas e que hoje fazem parte deste receituário da FAO. A erradicação
da fome, até então, havia grandes dúvidas na Organização, se essa era uma meta factível,
e também o impulso à cooperação Sul-Sul. Um convencimento que os países do sul têm
muito a contribuir com seus vizinhos, principalmente, no tema da agricultura tropical
e combate à fome”.
O novo diretor-geral da FAO também falou a respeito das
reformas na Organização.
“Trata-se agora de acelerar um pouco este processo
e intensificar algumas ações principalmente onde ela é mais necessária: nos países
mais pobres. Mas acho que vamos por um bom caminho”.
O Ministro das Relações
Exteriores do Brasil, Antônio Patriota, relata como será a administração brasileira
da FAO.
“O Brasil representa hoje uma força em favor da paz e do desenvolvimento.
Como nós sabemos, não há desenvolvimento sem desenvolvimento agrícola, sem combate
à fome, sem desenvolvimento no campo, sem uma atenção especial ao papel da mulher
no campo, por exemplo, que será um dos temas debatidos nessa Conferência. Então, estamos
apenas implementando aquilo que nós acreditamos, aquilo que nós sabemos fazer bem
internamente. Já estamos cooperando com a nossa região, com a América Latina, com
a África, e agora esperamos que com essa vitória aqui na FAO possamos fazer isso numa
escala ainda mais ampla. Além de motivar, mobilizar a comunidade internacional em
torno de objetivos ambiciosos porque nós descobrimos que quando trabalhamos com afinco
e colocamos em prática idéias que dão certo, os resultados podem ser muito positivos”.
O
quadro é internacional, entretanto Padre Nelito Dornellas, da Comissão Episcopal para
a Superação da Miséria e da Fome da CNBB fala em unir forças para vencer a guerra
contra a fome no Brasil.
"O momento é de união. São 190 milhões de brasileiros
e 30 milhões que ainda passam fome". (RB)