2011-06-27 11:55:25

CARTA DA UNIVERSIDADE AL AZHAR SOBRE O FUTURO DO EGITO


Cairo, 27 jun (RV) - Não um estado religioso, mas constitucional, democrático e moderno. Assim vê o novo Egito, a instituição de maior prestígio acadêmico do Islã sunita, Al Azhar. O grande imã do centro, Ahmed El Tayeb – refere o jornal L'Osservatore Romano - apresentou a nova “Carta de Valores de Al-Azhar”, na qual se delineia o futuro das relações entre Estado e religião islâmica no Egito depois da revolução de 25 de janeiro último, e que se baseia em uma visão moderada do Islã.

A Carta, composta de onze artigos, é o resultado de uma discussão e confronto com intelectuais e ulemás. A Sharia, lei islâmica – afirma a Carta - deve permanecer a fonte principal da legislação, como prevê a atual Constituição, no respeito das demais religiões, às quais os fiéis têm o direito de participar, assegurando a proteção aos locais de culto e a plena liberdade de culto, sem quaisquer restrições.

De acordo com Al-Azhar deve ser considerado um “crime contra a pátria” incitar o confronto inter-religioso entre muçulmanos e coptas, como também é necessário lutar contra o uso político da religião. Entretanto, lê-se ainda no jornal “L'Osservatore Romano”, as comunidades cristãs estão divididas sobre novas regras para a construção de locais de culto no Egito.

Atualmente, a lei estabelece que a permissão para construir uma igreja deve ser concedida pelo Presidente. Decisões sobre os pedidos para novas igrejas podem, portanto, levar anos, até décadas. Com base na nova lei, a solicitação passaria por primeiro pelo Governador Geral para uma decisão no prazo de três meses.

O bispo copta de Assiut, no Egito, é otimista: a nova proposta, se aprovada, tornaria um “pouco mais fácil construir uma igreja no país. Para Dom Kyrillos Kamal William Samaan, de fato, a nova lei reduziria o efeito das restrições à construção de igrejas e marcaria um passo importante para os 10 milhões de cristãos no Egito. Uma visão diferente, refere o “L'Osservatore Romano”, tem o padre Rafik Greich, porta-voz da Igreja Católica egípcia, que explica que há diversas inconsistências na lei e pelo menos três pontos do projeto devem ser reexaminados. (SP)








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