Na audiência geral Bento XVI falou dos Salmos, orações universais que falam a língua
de Deus
(22/6/2011) Milhares de pessoas congregaram-se na manhã desta quarta feira na Praça
de S. Pedro para a habitual audiência geral do Santo Padre. Prosseguindo o ciclo
de catequeses sobre a oração cristã, Bento XVI deteve-se sobre os Salmos, livro de
oração por excelência. “Composto por cento e cinquenta salmos, segundo diversas
formas literárias, o Saltério [conjunto dos salmos] apresenta-se como uma manifestação
das múltiplas experiências humanas que se fazem oração”, afirmou. Para Bento XVI,
em todas estas orações estão presentes “dois âmbitos” centrais, “a súplica e o louvor”.
“Trata-se
de duas dimensões correlacionadas e inseparáveis, pois toda a súplica é animada pela
certeza de que Deus responderá, abrindo-se assim ao louvor; por sua vez, o louvor
brota da experiência da salvação recebida, que supõe a necessidade de ajuda, expressa
pela súplica”, precisou.
O Papa acrescentou, neste contexto, que “os salmos
ensinam a rezar, de modo análogo ao que acontece com a criança que aprende a falar,
assimilando a língua dos seus pais para poder expressar as suas sensações e emoções”. Textos
recitados diariamente por católicos e judeus de todo o mundo, os salmos cruzam, segundo
Bento XVI, “alegria e sofrimento, desejo de Deus e percepção da própria indignidade,
felicidade e sentido de abandono, confiança em Deus e solidão dolorosa, plenitude
de vida e medo de morrer”. O Papa apresentou depois uma síntese da sua catequese
em português e saudou o grupo de jovens portugueses que se deslocou ao Vaticano para
lhe entregar um álbum com 100 páginas de testemunhos e ilustrações sobre a sua passagem
por Portugal, em Maio de 2010. Queridos irmãos
e irmãs, Hoje iniciamos uma nova etapa no percurso das catequeses sobre
a oração, ao entrar no “livro de oração” por excelência: o livro dos Salmos. Composto
por cento e cinqüenta salmos, segundo diversas formas literárias, o Saltério se apresenta
como uma manifestação das múltiplas experiências humanas que se fazem oração. E, dentre
essas formas expressivas, há dois âmbitos que sintetizam toda a oração do saltério:
a súplica e o louvor. Trata-se de duas dimensões correlacionadas e inseparáveis, pois
toda a súplica é animada pela certeza de que Deus responderá, abrindo-se assim ao
louvor; por sua vez o louvor brota da experiência da salvação recebida, que supõe
a necessidade de ajuda, expressa pela súplica. Desta forma, os salmos ensinam a rezar,
de modo análogo ao que acontece com a criança que aprende a falar, assimilando a língua
de seus pais para poder expressar as suas sensações e emoções. Nos salmos, a própria
Palavra de Deus se torna palavra de oração. Por fim, é com Jesus que os salmos encontram
o seu cumprimento definitivo e o seu sentido mais pleno e profundo. De fato, o cristão
recitando os salmos, reza ao Pai em Cristo e com Cristo. * * * Saúdo
todos os peregrinos de língua portuguesa, em particular os brasileiros de Curitiba
e os jovens portugueses que se organizaram sob o lema “Eu acredito” para unir seus
coetâneos à volta do Sucessor de Pedro. Continuai a fazer da oração um meio para crescerdes
nesta união. Cada dia, pedi a Jesus como os seus primeiros discípulos: “Senhor, ensinai-nos
a rezar”! Que Deus vos abençoe!