DOIS MILHÕES DE PESSOAS NO MUNDO SÃO VÍTIMAS DE TRÁFICO HUMANO E TRABALHO FORÇADO
Viena, 22 jun (RV) - Foi aberta, nesta segunda-feira, em Viena, capital da
Áustria, uma conferência para discutir formas de prevenção ao tráfico de pessoas e
ao trabalho forçado. A iniciativa é da Organização para a Segurança e Cooperação na
Europa, Osce, e conta com a participação de agências das Nações Unidas.
A
conferência se intitula “Prevenindo Tráfico Humano para Exploração do Trabalho: Trabalho
Decente e Justiça Social”, e tem como objetivo analisar os fatores que causam o problema.
Esse
é um tema que tem sido muito falado aqui no Programa Brasileiro da Rádio Vaticano,
inclusive tivemos uma série de entrevistas sobre o tráfico humano e o trabalho forçado
no norte do Brasil. Em todos os documentos e entrevistas que fizemos, encontramos
sempre as mesmas causas para o fenômeno, confirmadas pela constatação da OSCE: a desigualdade
social e a miséria.
Sem melhores perspectivas de vida nos seus locais de origem,
muitas pessoas buscam na migração a solução, e acabam caindo nas mãos do crime organizado,
que as levam para a prostituição e outros tipos de trabalho forçado, que é entendida
como uma forma moderna escravidão. A Organização Internacional do Trabalho, OIT, estima
que 2 milhões e meio de pessoas vivam nessa situação. Outros temas implicados nessa
questão e apontados na Conferência são os refugiados e as políticas de imigração.
Segundo publicado pela Rádio ONU, dados da OIT mostram que 43% das pessoas
traficadas se tornam vítimas de exploração sexual comercial, sendo que 98% destas
são mulheres ou meninas. O Fundo das Nações Unidas para a Criança, UNICEF, estima
que 1 milhão e 200 mil crianças são traficadas por ano, e quase metade dos traficantes
são conhecidos da criança ou da família. (ED)