2011-06-22 11:55:02

A PRIMAVERA ÁRABE NA PERSPECTIVA HUMANA


Cidade do Vaticano, 22 jun (RV) – Os patriarcas e bispos das Igrejas do Oriente Médio e do Norte da África estão seriamente preocupados pelo que pode ainda acontecer em seus países, pois a revolução, por onde passou, deixou perspectivas bastante incertas.

As maiores incógnitas, segundo Dom Antoine Audo, bispo de Aleppo dos Caldeus, dizem respeito à Síria. Ele se diz angustiado porque o risco de o país se tornar um novo Iraque é real: “A questão síria é complexa porque há 50 anos vige um regime militar, condicionado pela ideologia do socialismo soviético, e agora, diante das mudanças, é preciso saber como dialogar. É este o nosso problema hoje” – afirma.

O Cardeal Antonios Naguib, patriarca de Alexandria do Egito, também se diz preocupado, enquanto o Arcebispo de Argel, Dom Bader Ghaleb Mmoussa, está mais otimista: “Qualquer coisa aconteça, 2011 vai ficar na história da África e do Oriente Médio como o ano das reviravoltas, porque nada será como antes".

O Bispo de Tunis, Dom Maroun Lahham, não poupa criticas à Itália e à Europa: “Racismo é uma palavra forte, mas sem dúvidas na Itália existe preconceito contra os norte-africanos. Se os refugiados fossem poloneses, as coisas não estariam assim.

“Nestes dias, fala-se de nós: positivamente pela transição democrática; e negativamente por causa da imigração, que é um de seus resultados. O fenômeno deve ser lido de uma perspectiva humana, na esperança que a passagem tenha um bom êxito, pois seria a primeira vez que um país árabe-muçulmano teria um regime democrático. Isso pode abrir novos horizontes, seja para a presença como para o trabalho da Igreja na Tunísia”.
(CM)








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