Bento XVI pediu aos jovens que aprendam a refletir, a “ler” em profundidade as suas
próprias experiências humanas.
(19/6/2011) A busca de resposta às questões de fundo que cada um se coloca na vida
e o sentido da verdadeira liberdade foram os dois aspetos desenvolvidos por Bento
XVI no seu aguardado encontro com os jovens da diocese de São Marino – Montefeltro.
Encontro que decorreu ao fim da tarde deste domingo, na praça em frente à catedral,
em Pennabilli.
Evocando “as grandes interrogações” que cada um leva dentro
de si, o Papa fez notar que estas são “o mais elevado sinal da transcendência do ser
humano e da capacidade que temos de não nos determos na superfície das coisas”.
“Caros
amigos, convido-vos a tomardes consciência desta sã inquietação, positiva; a não
terdes medo de vos colocardes as perguntas fundamentais sobre o sentido e sobre o
valor da vida. Não vos detenhais nas respostas parciais, imediatas, sem dúvida as
mais fáceis e cómodas, que podem dar-vos algum momento de felicidade, de exaltação,
de embriaguez, mas que não levam à verdadeira alegria de viver, de quem não constrói
sobre a areia, mas sim sobre a rocha sólida”.
Bento XVI pediu aos jovens que
aprendam a refletir, a “ler” em profundidade as suas próprias experiências humanas,
na certeza de que terão a alegria de descobrir que “o coração é uma janela aberta
sobre o infinito”.
“Mesmo na era do progresso científico e tecnológico, o
homem permanece um ser aberto à verdade integral da sua existência, que não se detém
nas coisas materiais, mas se abre a um horizonte muito mais vasto”.
Observando
que na experiência humana comum a todos existem “diversos níveis de significado”;
Bento XVI fez notar que “é aqui que se decide como orientar a própria vida, escolhendo
a quem a confiar, a quem se confiar”. O risco – advertiu - é o de ficar prisioneiro
do mundo das coisas, do relativo, do útil, perdendo a sensibilidade ao que diz respeito
à dimensão espiritual.
“Não se trata de modo algum de desprezar o uso da
razão ou de rejeitar o progresso científico, bem pelo contrário. Trata-se, isso sim,
de compreender que cada um de nós não é feito apenas de uma dimensão horizontal, mas
compreende também a dimensão vertical. Os dados científicos e os instrumentos tecnológicos
não se podem substituir ao mundo da vida, aos horizontes de significado e de liberdade,
à riqueza das relações de amizade e de amor”.
E é precisamente na abertura
à verdade total de nós próprios e do mundo que nos damos conta da iniciativa de Deus
em relação a nós – sublinhou o Papa. Ele vem ao encontro de cada um de nós e dá-nos
a conhecer o mistério do seu amor.
“A palavra de Cristo mostra que a vossa
vida encontra significado no mistério de Deus, que é Amor! O que seria a nossa vida
sem o amor? Deus toma cuidado do homem desde a sua criação até ao fim dos tempos,
quando levará a cumprimento o seu projeto de salvação. No Senhor Ressuscitado temos
a certeza da nossa esperança!”