Juiz de Fora, 18 jun (RV) - Terminado o tempo pascal somos imergidos no tempo
cotidiano, chamado de tempo comum, em que a Mãe Igreja nos apresenta a Santíssima
Trindade que é Deus, Pai, Filho e Espírito Santo. Permitamos que chegue até nosso
coração uma mensagem clara: Deus é amor. E não é outra coisa. Pai, Filho, Espírito
Santo – é relação de amor entre eles. E nesse amor vivem na mais perfeita unidade
que se possa imaginar. Tanto que são um só Deus. E, além disso, esse amor se volta
para nós. “Em Jesus nos é revelado o amor do Pai e o Espírito Santo nos ajuda a reconhecê-lo
com nossa mente e nosso coração”, sempre presente: somos amados por Deus. O Evangelho
de João nos fala: “De tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu seu único Filho”. Isto
é, entregou-se a si mesmo. Entregou-se completamente por nós. Sem medida. Sem condições. Como
é possível que haja alguém que ainda pense que Deus nos persegue para nos castigar,
para colocar dificuldades e pedras no nosso caminho, até mesmo para nos condenar?
“É preciso repetir muitas vezes essa passagem: De tal modo Deus amou o mundo...” E
permitir que chegue dentro de nós esse carinho imenso de Deus e dar-nos conta da incongruência
que supõe pensar que Deus possa planejar nossa condenação, ou que possa ter pensado
na destruição deste mundo e de muitos de seus filhos. Deus quer que o mundo se salve. Mas
nós nos deixamos salvar? Porque é igualmente verdade o que diz a primeira leitura
do livro do Êxodo: somos um povo de cabeça dura que, às vezes, não é capaz de aceitar
a mão que Deus nos estende para nos salvar. Voltemos nossos olhos para o alto e reconheçamos
que Deus está aí, sempre desejoso de nos dar a mão, de nos ajudar, de nos livrar dos
perigos, de nos perdoar (geralmente, é muito difícil perdoarmos a nós próprios e,
por isso, nos custa, de igual maneira, aceitar a ajuda de Deus). Levantemos os olhos
e percebamos que o Deus do amor e da paz Está conosco. Agradeçamos a Ele a sua presença,
a sua bênção e a sua graça, a ponto de oferecer-nos a salvação, por meio de Seu Filho,
ao qual somos atraídos pela força de Seu Espírito. É isto que nos fará bem e nos levará
a conquistar a felicidade plena. + Eurico dos Santos Veloso Arcebispo Emérito
de Juiz de Fora (MG)