2011-06-18 10:11:57

EDITORIAL: NASCE O 193º PAÍS DO MUNDO


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Cidade do Vaticano, 18 jun (RV) - O Sudão do Sul se tornará oficialmente independente no próximo dia 9 de julho. Nasce o 193º país do mundo, mas o surgimento desta nova nação não esconde os problemas ligados ao seu nascimento.

Os cidadãos desse novo país africano enfrentam a grave falta de infra-estrutura e serviços de base, com um alto índice de pobreza e subdesenvolvimento. Atualmente, metade da população vive em condições de extrema pobreza e os índices de alfabetização são inferiores a 36%.

Seis anos depois do acordo de paz que pôs fim à guerra civil entre o Exército do Sudão e rebeldes sulistas do SPLA (Exército Popular de Libertação do Sudão), sudaneses de raça negra e de religião cristã ou animista celebraram no último dia 9 de janeiro o referendo que altera o mapa mundo. Os habitantes do sul do Sudão, uma região do tamanho de Minas Gerais, escolheram a independência. A região gozava de autonomia desde os acordos de 2005, que encerraram uma guerra que durou 22 anos e deixou 2 milhões de mortos. “Estamos votando pelo resto de nossas vidas”, disse um cidadão no dia da votação.

O triste cenário desta nova nação. O Sudão do Sul tem mais de 50% da população que vive com menos de 1 dólar por dia, e a infraestrutura é quase inexistente. A região conta com enormes reservas de petróleo, que até o momento têm sido repartidas com o governo central. Este, contudo, pode se tornar um problema.

A Igreja Católica desempenhou um papel importante na preparação do Sul do Sudão para o Referendo. O púlpito se tornou um local de formação sobre os acordos de paz e os processos de votação. Os "101 dias de oração", iniciados pelos bispos foram cruciais para a disposição pacífica dos corações e mentes e a obtenção de um resultado sem violência, nesse dia histórico.

Com a sua pátria agora livre da guerra, os cristãos que viveram anos em abrigos temporários e nos campos de refugiados de Cartum estão agora retornando ao sul para iniciar uma nova vida.

A Igreja Católica, que sempre esteve ao lado dos oprimidos ao longo dos tempos sombrios da guerra, passará agora a uma mudança na sua missão e se concentrará na construção de uma comunidade forte de fiéis. A tarefa é grande, e os habitantes da região estão contando com o apoio dos cristãos ao redor do mundo.

Não obstante os problemas, a Igreja presente neste território está confiante e pronta para garantir uma presença estimulante e responsável, e que ajude a escrever uma nova página da história desse país.

A população do Sudão do Sul tem a oportunidade histórica de virar a página e esquecer os anos de conflitos. (SP)








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