APRESENTADA EXPOSIÇÃO-HOMENAGEM DE ARTISTAS A BENTO XVI, POR OCASIÃO DE SEU 60º ANIVERSÁRIO
SACERDOTAL
Cidade do Vaticano, 17 jun (RV) - A tradição cristã e a tradição artística
contemporânea devem encontrar espaços adequados de diálogo. Foi o que disse o Presidente
do Pontifício Conselho para a Cultura, Cardeal Gianfranco Ravasi, apresentando na
manhã desta sexta-feira, na Sala de Imprensa da Santa Sé, a exposição intitulada "O
esplendor da verdade, a beleza da caridade".
A iniciativa é uma homenagem de
60 artistas a Bento XVI, por ocasião do 60º aniversário, dia 29 do corrente, de sua
ordenação sacerdotal. A exposição, montada no adro da Sala Paulo VI, de 5 de julho
e 4 de setembro, será inaugurada pelo Santo Padre no dia 4 de julho.
Apresentando
a mostra, o Cardeal Ravasi observou que os caminhos percorridos pela arte e pela fé
encontram-se hoje cada vez mais distantes:
"Os dois caminhos se separaram.
A teologia, a liturgia seguiram outras trajetórias quando devíamos introduzir em seus
espaços o tema estético. Por outro lado, as artes tiveram seus percursos, muitas vezes
de modo bastante surpreendente e desconcertante, chegando ao ponto de ser blasfemas
e, consequentemente, provocatórias em relação ao ponto de partida, que era religioso;
dimensão que, durante séculos, foi cúmplice da cultura."
Mas esses caminhos,
embora sendo distantes – acrescentou o purpurado –, têm uma meta comum:
"O
diálogo entre arte e fé é necessário, dado o parentesco existente entre essas duas
diferentes expressões do espírito humano, que tendm ambas, por caminhos diferentes,
ao eterno e infinito. E é por isso que é significativo que também a arte contemporânea,
afinal, desejos, continue repetindo o desejo de poder, ainda, embocar esses caminhos
da altura do transcendente, do mistério."
Por fim, o Cardeal Ravasi, respondendo
a uma pergunta sobre a estátua de João Paulo II recentemente colocada na Estação Termini
de Roma (muito criticada pelos romanos), recordou que não cabia ao Pontifício Conselho
para a Cultura dar uma autorização, mas um parecer estético sobre a obra.
Numa
primeira documentação havia sido expresso um parecer negativo, ao passo que um parecer
positivo fora expresso num segundo esboço, precisou o purpurado. (RL)