GOVERNO DE CUBA E IGREJA CATÓLICA, O DIÁLOGO CONTINUA
Havana, 16 jun (RV) – O bispo de Matanzas, Dom Manuel de Céspedes García-Menocal,
considera que a situação atual da Igreja católica em Cuba é “completamente normal”
ou até melhor do que em muitos outros países católicos.
A respeito dos “conflitos”
ocorridos entre a Igreja e o Governo cubano depois da revolução de 1959, o bispo disse
que a responsabilidade foi “dividida” e o caso da ilha não foi uma exceção dentre
os governos marxistas.
O bispo também recordou que a visita realizada pelo
Papa João Paulo II à ilha em 1998 foi uma “reviravolta” nas relações Igreja-Estado
e uma ocasião para que muitos que se haviam afastado da Igreja, por temor ou “esfriamento”,
se reaproximassem da fé.
Tetraneto de Carlos Manuel de Céspedes, herói e pai
da pátria cubana, Dom Céspedes é uma das figuras mais influentes e reconhecidas da
Igreja cubana. É membro da Academia Cubana de Letras, fundador da revista “Palavra
Nova”, prolífico escritor e promotor do pensamento e da cultura cubana.
Em
2010, as relações entre o Estado cubano e a Igreja católica abriram uma etapa de maior
distensão, depois do processo de diálogo iniciado entre o Governo e a hierarquia católica
da ilha, que resultou na libertação de dezenas de presos políticos.
No recente
congresso do Partido Comunista, em abril passado, o presidente cubano, Raúl Castro,
defendeu o respeito e a integração, falando sobre a diversidade religiosa no país.
Entretanto, o governo da Espanha concedeu ontem asilo político a 53 dissidentes
cubanos que começaram ser acolhidos por Madri em julho do ano passado.
No total,
a Espanha abrigou 115 ex-detentos e 647 familiares. Eles foram presos em 2003 e sua
libertação foi intermediada pela Igreja Católica, com a ajuda do governo espanhol.
(CM)