CONFERÊNCIA EPISCOPAL PORTUGUESA FAZ APELO AO REALISMO DA NAÇÃO
Fátima, 16 jun (RV) - A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) fez ontem, quarta-feira,
um apelo, a um “grande realismo” por parte dos portugueses e dos seus líderes políticos
diante do momento “particularmente delicado” do país.
“É este sentido de realismo
que nos indica que devemos procurar soluções para Portugal no quadro social, político-econômico
em que está inserido”, afirmam os bispos. Num comunicado do Conselho Permanente da
CEP, apresentado ontem, e publicado pela agência Ecclesia sobre o “momento presente
da sociedade portuguesa”, assinala-se que o país “tem de dar a sua contribuição à
evolução positiva, concreta da União Europeia e da zona Euro, e só fará isso se resolver
positivamente - reconquistando a credibilidade -, o momento atual”.
Aos governantes,
a Conferência Episcopal Portuguesa pede que “o esforço de equilíbrio financeiro não
prejudique a economia, e que não se relativize a importância da saúde, da cultura
e da educação”, desejando “moderação das opções ideológicas e estratégicas”, com pouca
“margem, legítima em democracia, para utopias”.
Esta é primeira tomada de posição
do episcopado sobre a situação do país, após as eleições legislativas de 5 de junho,
que abriram caminho à formação de um novo governo de coligação entre PSD e CDS-PP.
O
documento sublinha que bispos e sacerdotes devem estar à margem da “polêmica que naturalmente
acompanha o debate partidário”, justificando a presente declaração com a vontade de
“ajudar a discernir o caminho da salvaguarda do ‘bem comum’ de toda a sociedade, no
momento difícil que Portugal atravessa”.
Os prelados alertam que os “partidos,
sobretudo os seus representantes que o povo elegeu, as associações de trabalhadores,
empresários e outras são chamados à generosidade de defenderem os seus direitos e
interesses, dando prioridade total ao bem de toda a sociedade”. (SP)