A Igreja tem de evitar afastamento de Deus no mundo ocidental
(14/6/2011) O presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização
afirmou hoje em Fátima que a Igreja Católica deve estar atenta ao “secularismo” que
quer afastar o mundo ocidental da “sua relação fundamental com Deus”. Falando aos
participantes nas jornadas pastorais do episcopado, D. Salvatore Rino Fisichella precisou
que são as “Igrejas de antiga tradição as que se sentem prejudicadas por esta situação”,
embora “ninguém pareça fugir a esta dramática situação que cria um ‘deserto interior’,
porque afasta o homem de si próprio”. “Este é um dos motivos para promover a nova
evangelização”, assinalou o responsável. O arcebispo italiano pronunciou três conferências,
entre a tarde de segunda-feira e esta manhã, considerando “prioritário” um esforço
destinado a “recuperar a consciência daquilo que determina a conduta das pessoas”. “É
necessário e urgente, em primeiro lugar, compreender que nos encontramos diante de
uma mudança real de paradigmas do pensamento e da linguagem que não já permitem enfrentar
a vida, o mundo, a relação com os outros, a fé e os grandes valores como no passado”,
alertou. “Diante da possibilidade de Jesus Cristo não é possível manter a neutralidade:
é preciso dar uma resposta se queremos achar um significado à nossa vida”, acrescentou. Noutra
passagem das suas intervenções, o membro da Cúria Romana sublinhou que há “uma coisa
que pode ser constantemente verificada nos dois mil anos do cristianismo: a atenção
permanente que a comunidade cristã teve em relação ao tempo no qual vivia e ao contexto
cultural”. Para o arcebispo Fisichella, a “crise dos dias de hoje” está ligada
ao tema de Deus, afirmando que este “não é negado, mas é desconhecido”. “É por
isto que o verdadeiro desafio esconde-se em como poder e saber falar de Deus hoje”,
disse aos participantes nas jornadas, promovidas pela Conferência Episcopal Portuguesa. Outro
tema abordado foi o enquadramento dos “movimentos e das associações”: “Os movimentos
que conhecemos, e muitos outros que nasceram nestes anos, têm uma riqueza inegável
e não são alternativos à paróquia, mas complementares”.