Lahore, 13 jun (RV) - São mais de 700 casos registrados por ano no Paquistão, de jovens
cristãs sequestradas, obrigadas a se casarem com homens muçulmanos e forçadas a se
converterem ao Islã. E muitos casos não estão incluídos nesse número, pois não são
denunciados. É o que referem à Agência Fides fontes da Igreja local, engajadas no
combate deste fenômeno, que agora voltou à tona por causa do caso de Farah Hatim,
jovem católica seqüestrada, convertida e obrigada a fazer o casamento islâmico na
cidade de Rahim Yar Khan, no sul do Punjab.
Sobre o caso está em andamento
uma mobilização da comunidade cristã no Paquistão e da sociedade civil, com a intenção
de sensibilizar as instituições: a “Comissão para os Direitos Humanos do Paquistão”,
conhecida organização não-governamental fundada pela advogada Asma Jahangir, acionou
os seus canais, promovendo uma investigação do caso. A Comissão publica um relatório
anual e controla o respeito pelos direitos humanos no país.
A Comissão “quer
ver claro” num caso que representa uma “evidente violação dos direitos humanos individuais”,
refere uma fonte de Fides dentro da Comissão. A advogada Asma Jahangir é uma personagem
de grande importância no Paquistão: ela é presidente da Ordem dos Advogados do Supremo
Tribunal, e conhecida por seu compromisso em defesa dos direitos humanos e dos direitos
das mulheres. É uma voz muito influente. Espera-se que uma intervenção da Comissão
possa ajudar a desbloquear a situação e fazer emergir as conivências políticas e os
abusos cometidos também por funcionários públicos no caso de Farah.
O caso
de Farah, enquanto isso, já passou as fronteiras do Paquistão, uma vez que é o emblema
de uma situação insustentável de violação da liberdade de consciência e de religião,
e toca uma questão delicada no que diz respeito às relações entre islamismo e cristianismo:
as conversões.
No que diz respeito a esse caso, o Parlamento do Canadá está
promovendo uma iniciativa política específica para solicitar uma atitude do governo
canadense em relação ao governo paquistanês, enquanto também alguns membros do Parlamento
italiano pretendem chamar a atenção das instituições italianas e europeias. (SP)