Rio de Janeiro, 11 jun (RV) - No dia 29 de junho, que seria o dia da celebração
da Solenidade dos Apóstolos São Pedro e São Paulo, por motivos pastorais, para que
os fiéis acorram pressurosos e mais numerosos à Celebração, foi transferida no Brasil
para o Domingo mais próximo. Celebraremos nesse dia, os 60 anos de ordenação sacerdotal
do Sucessor de Pedro, o nosso amado Papa Bento XVI, gloriosamente reinante no seu
sexto ano de pontificado. Será, portanto, o seu jubileu de diamante de sacerdócio,
dia de grande ação de graças para ele e para toda a Igreja que ele governa, no dizer
de Santa Catarina de Sena, “como o doce Cristo na terra”. Para a celebração de
tal efeméride, a Congregação para o Clero, na pessoa do seu prefeito, o Emmo. Sr.
Cardeal Mauro Piacenza, solicitou a todas as circunscrições eclesiásticas que dedicassem
um tempo de oração pelo Santo Padre, expressando isso nestes termos: “a ocasião é
particularmente propícia para unirmo-nos mais ao Romano Pontífice, para darmos testemunho
da nossa gratidão, afeto e comunhão no serviço que oferece a Deus e à Igreja. Mas,
sobretudo, em sinal de gratidão por aquele “resplendor da verdade no mundo” que o
seu alto Magistério continuamente realiza”. O pedido é feito para que o povo de Deus,
e em especial os sacerdotes, ofereçam “sessenta horas de Adoração Eucarística”, continuadas
ou distribuídas durante este mês de junho, pela santificação do clero e para obter
de Deus o dom de novas e santas vocações sacerdotais”. Sessenta anos vivendo e
agindo como alter Christus, oferecendo o santo sacrifício da Missa, que torna Jesus,
em corpo, sangue, alma e divindade presente nos altares: “remédio da imortalidade,
antídoto para não morrer”. Ser sacerdote é ser, ao mesmo tempo, o homem do culto,
o homem profeta e o homem de governo; essas são as três perspectivas do sacerdócio,
as três definições do ser padre, os três retratos de si mesmo, que em seu conjunto
constituem o único. Partindo do carisma do exercício do governo, que essencialmente
é serviço, o ministério sacerdotal é sintetizado no serviço da palavra e dos sacramentos,
especialmente no da Penitência e da Eucaristia. A consagração sacerdotal deve ser
vista à luz da consagração de Cristo na Encarnação. Ele é aquele que o Pai consagrou
e enviou ao mundo, para que o mundo fosse salvo por meio dele. Assim, todo sacerdote
é consagrado para exercer intimamente unido ao sacerdócio de Cristo, a sua missão
de levar os homens até Cristo na administração dos sacramentos. Chamado a agir
in Persona Christi, o sacerdote é chamado a viver a santidade como busca constante
da sua espiritualidade que, em linhas gerais, deve ser: espiritualidade ministerial,
ou seja, de “conformação” ao Cristo cabeça, pois a sagrada ordenação imprime nos ordenados
um caráter ontológico que, configurando-o a Cristo, o eleva à condição de seu representante
e o habilita a agir em seu nome; espiritualidade esponsal, pois, de fato, na tradição
ocidental vem eleito ao presbiterato quem já se tornou disponível para dedicar-se
totalmente a Cristo o seu próprio coração e o próprio corpo. Essa total “dedicação”
foi considerada como um verdadeiro dom da consagração sacerdotal; espiritualidade
fraterna, essa é aquela da amizade, que, em virtude da sagrada ordenação e de missão
de todos os presbíteros, são ligados entre si por uma íntima fraternidade, amizade
que conduz à própria comunicação da fé, salvando o presbítero da solidão e do ativismo,
que o ajuda a ser forte e fiel, impulsiona-o a dedicar-se com ainda mais generosidade
ao seu ministério Somos convidados a fazer dessa ocasião um momento de profunda
oração, recordar os sessenta anos em sessenta horas de louvor a Jesus Eucarístico,
o sacerdote, altar e cordeiro, agradecendo a Deus por ter chamado o nosso Papa para
esse ministério e, ao mesmo tempo, por chamar cada dia homens que se disponham a ser
dispensadores dos mistérios da misericórdia de Deus. Essas sessenta horas em nossa
arquidiocese serão celebradas entre os dias 20 de junho ao dia 1º de Julho conforme
orientações e sugestões distribuídas às paróquias. Será essa certamente a nossa forma
de estar presente à festa do Santo Padre, e é dar de presente essa verdadeira coroa
de orações, ao mesmo tempo em que rezamos pelos nossos padres. Unamo-nos, pois,
nesta jornada eucarística, às orações do Santo Padre, que são sem dúvida de grande
desejo para que todos os sacerdotes, recordando a grande vocação a que foram chamados,
vivam-na na santidade, imitando aquele que é santo por antonomásia, que é três vezes
santo.
† Orani João Tempesta, O. Cist. Arcebispo Metropolitano de São Sebastião
do Rio de Janeiro, RJ