Cidade
do Vaticano, 11 jun (RV) - Cerca de 1.500 nômades estão reunidos em Roma este
fim de semana em uma peregrinação para comemorar os 75 anos do martírio do Beato Zeferino
Giménez Malla (1861-1936), cigano espanhol, terciário franciscano, e seu 150º aniversário
de nascimento.
A peregrinação é organizada pelo Pontifício Conselho da Pastoral
para os Migrantes e Itinerantes, em parceria com a Fundação Migrantes da CEI e a Comunidade
de Santo Egídio.
Existem hoje no mundo cerca de 36 milhões de nômades, concentrados
principalmente na Índia, Europa, Estados Unidos e Brasil. Os países europeus com comunidades
mais numerosas são Romênia, Hungria, Bulgária e Espanha.
Esta manhã, eles
foram recebidos por Bento XVI. À tarde, participam de uma celebração da Palavra na
Basílica de São Bartolomeu, presidida pelo Arcebispo Antonio Maria Vegliò, que dirige
o Pontifício Conselho para os Migrantes.
Em nosso país, vivem cerca de 800
mil nômades. Desde sua chegada ao Brasil, a população cigana tem vivido uma realidade
de rejeição, alimentada pela falta de conhecimento da sua cultura, das suas características
e do seu modo de vida próprios. Embora usufruindo da cidadania no país, os ciganos,
em sua maioria, são considerados cidadãos de segunda classe.
A Igreja no Brasil
tem procurado viver esta experiência, buscando caminhos para ajudar os ciganos a encontrarem
cada vez mais a sua dignidade, para que possam usufruir dos diretos que todo ser humano
tem, independente de sua etnia.
Para isso, a Conferência Nacional dos Bispos
do Brasil criou a Pastoral para os Nômades, cujo presidente é o bispo de Eunápolis,
na Bahia, Dom José Edson Santana Oliveira. Ele conversou com a RV e nesta reportagem,
analisa as dificuldades de integração, o seu sentir 'cidadãos do mundo' e os preconceitos
da sociedade em geral em relação a esta comunidade. (CM)