El Obedi, 10 jun (RV) – “Os combates continuam, toda a população fugiu da cidade”:
foi o que disse à Agência Fides Dom Michael Didi Adgum Mangora, bispo coadjutor de
El Obeid em cuja jurisdição se encontra Kordofan (sul do Sudão), e cuja capital, Kadugli,
há dias está no meio de intensos combates entre as tropas do norte e do sul do Sudão.
“A ONU enviou observadores. Duas religiosas combonianas e um sacerdote, junto com
algumas dezenas de pessoas foram expulsas da igreja onde se tinham refugiado e agora
estão no complexo dos observadores da ONU”, disse o Bspo Dom Mangora, que mesmo apreciando
a intervenção, disse que os homens enviados pela ONU “são meros observadores da ONU.
Eles não são capazes de se proteger nem a si mesmos, imagine os civis”.
Há
sete paróquias, na região dos Montes Nuba, incluindo uma em Kadugli. “Entrei em contato
com os párocos de outras paróquias – disse o bispo - e eles me disseram que a situação
é calma. O problema é então na cidade de Kadugli”, afirmou Dom Mangora. Para ajudar
a entender a gravidade da situação, o bispo refere: “Esta manhã, consegui telefonar
para as religiosas que se encontram sob a proteção das Nações Unidas, mas não consegui
ouvir bem por causa do barulho dos combates provenientes da cidade”.
Dom Mangora
espera que exista margem para a negociação: “um deputado me disse que há tentativas
de encontrar uma solução pacífica, mas até agora a situação é bloqueada, e a luta
continua”.
Falando à agência Fides, Dom Roko Taban Mousa - administrador apostólico
de Malakal no sul do Sudão, Abyei sob cuja jurisdição, a localidade disputada entre
o norte e o sul do Sudão, ocupada no dia 21 de maio pelas tropas de Cartum – afirma
que “a população de Abyei ainda está dispersa na área do cessar-fogo e precisa de
assistência. O drama humanitário continua”.
Os habitantes da região fugiram
causando uma grave emergência humanitária. “Há pessoas de boa vontade, que de diferentes
cidades do sul do Sudão enviam ajuda. Essas contribuições, no entanto, não são suficientes
para atender às necessidades de todos, no máximo pode ser suficiente para 3-4 dias”,
afirma preocupado Dom Mousa. Segundo as estimativas oficiais são 46 mi pessoas deslocadas,
enquanto algumas agências humanitárias afirmam que são cerca de 100 mil. (SP)