BENTO XVI: DIPLOMATA VATICANO ESTEJA A SERVIÇO DO EVANGELHO E DA PAZ ENTRE OS POVOS
Cidade do Vaticano, 10 jun (RV) - O Santo Padre recebeu em audiência nesta
sexta-feira, na Sala do Consistório, no Vaticano, os superiores e alunos da Pontifícia
Academia Eclesiástica. Ao todo, cerca de 40 pessoas.
O diplomata vaticano é,
em primeiro lugar, um servidor do Evangelho: disse o Papa aos referidos alunos. Em
seu discurso, o Pontífice deteve-se sobre a formação espiritual dos futuros núncios
apostólicos, reiterando que um diplomata vaticano é, em primeiro lugar, um sacerdote.
A
saudação ao Santo Padre foi feita pelo Presidente da Pontifícia Academia Eclesiástica,
o Arcebispo Beniamino Stella. Trata-se da academia onde se formam os sacerdotes que
farão parte do serviço diplomático da Santa Sé.
Como deveria agir um Núncio
Apostólico? Em seu discurso aos futuros diplomatas vaticanos, Bento XVI respondeu
indicando algumas qualidades humanas que deveriam caracterizar o trabalho de quem
é chamado a tal missão: paciência, constância, equanimidade e firmeza no diálogo.
E,
todavia, destacou aquilo que realmente identifica o serviço do Núncio Apostólico:
"Ele,
em primeiro lugar, é um sacerdote, um bispo. Portanto, um homem que já escolheu viver
a serviço de uma Palavra que não é a sua. De fato, ele é um servidor da Palavra de
Deus, foi investido, como todo sacerdote, de uma missão que não pode ser realizada
em apenas uma parte do tempo, mas que requer que ele seja, com toda a vida, uma ressonância
da mensagem que lhe foi confiada, a mensagem do Evangelho."
E é justamente
baseado nessa identidade sacerdotal que se insere, com certa naturalidade, a tarefa
específica de fazer-se portador da Palavra do Papa, tanto em relação às Igrejas particulares
quanto diante das instituições estatais e das organizações internacionais – acrescentou
Bento XVI. Em seguida, o Papa deteve-se sobre a delicadeza do papel do embaixador,
que desde o mundo antigo era enviado para transmitir, com autoridade, a palavra do
soberano:
"Aí está a verdadeira habilidade do diplomata e não, como por vezes
erroneamente se crê, na astúcia ou naquelas atitudes que representam, comumente, degenerações
da prática diplomática. Lealdade, coerência e profunda humanidade são as virtudes
fundamentais de todo enviado, o qual é chamado a dedicar não apenas o próprio trabalho
e as suas qualidades, mas, de certo modo, toda a sua pessoa a serviço de uma palavra
que não é sua."
Por fim, o Pontífice reiterou que os representantes diplomatas,
apesar das rápidas transformações da nossa época, estão sempre empenhados "na construção
da comunhão possível entre os povos" e na "consolidação, entre eles, de relações pacíficas
e solidárias". (RL)