2011-06-09 17:18:36

ARCEBISPO TOMASI À OIT: NÃO AO CRESCIMENTO ECONÔMICO SEM TRABALHO PARA OS JOVENS


Genebra, 09 jun (RV) - É preciso combater o crescimento sem geração de emprego para dar novamente esperança aos jovens e credibilidade aos governos dos Estados. Foi o que ressaltou o Observador Permanente da Santa Sé junto ao escritório da ONU em Genebra, na Suíça, Dom Silvano Maria Tomasi, em seu pronunciamento na 100ª Conferência da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Se por um lado os países desenvolvidos "estão lentamente emergindo" de uma crise financeira de alcance sem precedentes, com conseqüências "evidentes em todos os setores das sociedades", por outro, as "antigas fórmulas para a recuperação e o crescimento econômico estão se mostrando menos certas num ambiente econômico integrado em nível global, onde os governos na maior parte dos casos não foram capazes de encontrar uma receita "que restitua trabalho e inclua novas oportunidades de emprego" para milhões de pessoas que estão buscando um emprego – observou Dom Tomasi.

De modo que, embora a máxima parte dos indicadores macroeconômicos pareça ter recuperado os níveis anteriores à crise, o mercado do trabalho ainda sofre: "a taxa de desemprego permanece alta e não dá sinais de retomada a curto prazo, e a longo prazo as previsões são variáveis".

O representante vaticano observou que "a economia mundial, mesmo crescendo num nível estável, não é capaz de criar um suficiente número de postos de trabalho". E "isso é verdade não somente para as economias avançadas, mas também para os mercados emergentes, como a China e a Índia, onde a flexibilidade do trabalho é extremamente baixa", apesar da sua taxa de crescimento superar 10%".

Então, "devemos dar o melhor de nós para evitar esse cenário" de crescimento sem geração de emprego – exortou o Arcebispo. Entre os mais atingidos em cada país estão os jovens: 78 milhões sem trabalho, entre os 15 e 24 anos, em 2010, uma taxa mais alta 2,6% em relação aos adultos.

Dom Tomasi ironizou que "as economias pós-industriais, caracterizadas pelo envelhecimento da população, não são capazes de criar oportunidade suficiente de trabalho" "para satisfazer as necessidades e as expectativas de seus jovens", embora eles sejam poucos nesses países.

Outra categoria frágil no mercado de trabalho permanece sendo a das mulheres – prosseguiu o prelado. Nos países mais industrializados da OCSE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico), a taxa de emprego feminino é 20% inferior à dos homens, com pontas de 30% na Itália e no Japão; igualmente, os salários das mulheres são inferiores em 20/30%.

Ainda pior se encontram os trabalhadores domésticos, comumente trabalhadores migrantes, em grande aumento por causa das novas exigências de organização social, mas que em muitos países vivem em condições miseráveis de exclusão, desprovidos de toda proteção sindical e de previdência social.

Daí, a esperança expressa por Dom Tomasi de que nesta 100ª conferência da OIT seja aprovada uma Convenção ad hoc sobre o trabalho doméstico.

Por fim, o representante vaticano fez votos de que seja reafirmada a importância de uma governação baseada no princípio de subsidiariedade e de representação tripartite (trabalhadores, empreendedores e governos). (RL)







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