Cidade do Vaticano, 08 jun (RV) - No próximo sábado, dia 11 de junho o Papa
acolherá no Vaticano cerca de 1.400 ciganos europeus, por ocasião de sua peregrinação
a Roma nos 75 anos do martírio e dos 150 anos do nascimento do Beato Zefferino Giménez
Malla, cigano mártir da fé, de origem espanhola. Estima-se que no mundo existam cerca
de 36 milhões de ciganos, dos quais 18 milhões vivem na Índia, 15 milhões na Europa
e mais de 2 milhões no continente americano: na Itália são 170 mil. A peregrinação
é organizada pelo Pontifício Conselho da Pastoral para os Migrantes e os Itinerantes,
em colaboração com a Fundação "Migrantes", da Conferência Episcopal Italiana, a Diocese
de Roma e da Comunidade de Sant'Egidio.
O presidente da Comunidade de Sant'Egidio,
Prof. Marco Impagliazzo falando à Rádio Vaticano recordou que é o primeiro caso na
história que um Papa recebe precisamente no Vaticano, ao lado do túmulo do Apóstolo
Pedro, os ciganos, os síntios e todos aqueles que se reconhecem nas populações ciganas.
Para o professor isso parece algo de muito significativo, para além de histórico,
pois comprova que a Igreja ama os ciganos, que o Papa ama os ciganos e que a Igreja
quer que eles sejam reconhecidos como uma minoria europeia, com seus direitos e deveres.
O encontro do Papa com os ciganos tem um significado muito importante em um
momento em que vários episódios de “antigitanismo” estão se espalhando em vários países
europeus: a questão da não-acolhida das populações ciganas está sempre na ordem do
dia. Mas há também um significado particular, porque os ciganos estão mudando: há
um desejo grande de integração nas sociedades europeias. Assim, com esta audiência
– frisou ainda o Professor Marco Impagliazzo – creio que a Igreja deseja incentivar
essa mudança na história dos ciganos, que - na maioria - já não se sentem mais nômades,
mas têm a vontade e o desejo de se integrarem. (SP)