Cidade do Vaticano, 07 jun (RV) – Uma publicação mensal do Pontifício Instituto
das Missões no Exterior, parte da revista Mundo e Missão, traz um relato preocupante
que chega da Venezuela.
Estátuas decapitadas. Virgens pintadas de vermelho
ou atingidas por tiros. Nas últimas semanas, o país latino americano tem sido palco
de diversas agressões a símbolos católicos, que deixaram a Igreja e a sociedade alarmada
e preocupada.
Foram ultrajadas as imagens da Virgem da Divina Pastora de Barquisimeto,
no Estado de Lara, do venerável doutor José Gregório Hernandez, da Virgem do Rosário
e de Santa Luzia em Sabana de Parra, no Estado de Yaracuy, da Virgem do Vale em Porto
La Cruz, no Estado de Anzoátegui e o monumento da Virgem de Coromoto em Gauanare,
em Portuguesa.
Até agora não foi apontado nenhum culpado, mas as insinuações
da oposição não demoraram. Em um debate na Assembleia Nacional, a maioria chavista
definiu os atos de vandalismo como "práticas fascistas de ultra direita, destinados
a criar confusão e terror na população", enquanto para alguns deputados de oposição
poderia se tratar de ações ligadas ao "ateísmo dos comunistas". Apesar das especulações,
a Assembleia condenou os ataques de forma unânime e o Estado decidiu restaurar imediatamente
das imagens profanadas.
O episcopado venezuelano emitiu um comunicado em que
repudia a violência contra as imagens religiosas. Os bispos dizem que os ataques "ferem
o sentimento católico da maioria do povo venezuelano, não fazem parte do espírito
de respeito, de tolerância e de afeto para com a tradicional fé cristã, num atentado
contra a convivência pacífica".
A Conferência Episcopal ainda pediu às autoridades
competentes uma investigação a fundo sobre os acontecimentos para esclarecer as causas
e penalizar os responsáveis, de tal modo a proteger e promover a liberdade religiosa
e outros direitos invioláveis do ser humano. (RB)