Roma, 07 jun (RV) - O Vigário Apostólico de Trípoli, Dom Giovanni Innocenzo
Martinelli, lamentou os recentes fatos ocorridos no país onde uma Igreja Copta Ortodoxa
ficou danificada por causa de um recente bombardeio e lamentou a ineficácia da diplomacia
internacional, assim como a decisão da OTAN de estender as operações militares em
vez de buscar o diálogo. “Como eu sempre disse, com os bombardeios não se resolve
nada”, afirmou o prelado.
“Estamos unidos para deplorar o acontecido (referindo-se
aos danos à Igreja Copta Ortodoxa), mas sobretudo para rezar, a fim de que termine
a violência. Em todos nós permanece a pergunta: por que isso está acontecendo? Ficamos
espantados com a incapacidade da diplomacia internacional e, talvez, pelo seu preconceito
que torna impossível o diálogo com a liderança de Trípoli”, declarou o prelado à Agência
vaticana Fides.
Segundo Dom Martinelli a mediação da União Africana liderada
pelo presidente sul-africano, Jacob Zuma, até agora não produziu resultados. “A África
do Sul tinha, no entanto, dado um sinal de boa vontade que aqui foi recebido e parece
que alguma coisa se moveu”, observou.
“O problema é que nenhuma outra diplomacia
apoiou este caminho. Parece-me que há um preconceito que mina as tentativas de mediar
e chegar a uma trégua. Parece-me que a OTAN renovou por mais três meses a operação
militar na Líbia sem levar em conta qualquer possibilidade de diálogo, como pedido
pelas Nações Unidas e pelo Santo Padre”, disse o Vigário Apostólico de Trípoli.
Dom
Martinelli afirmou, enfim, que está preocupado porque não consegue se comunicar bem
com a comunidade católica na Cirenaica, onde foram feitos alguns atentados: “Estamos
isolados de Benghazi, e não podemos entrar em contato com as diferentes comunidades
de Cirenaica. “Dividir a Líbia significa criar um terreno fértil para atos terroristas”,
concluiu o prelado.
Entretanto, na manhã de ontem Dom Martinelli ligou para
o ’Islamic Call Society para assinalar a profanação do cemitério italiano. No último
dia 3 de junho, desconhecidos invadiram o cemitério italiano de Trípoli, causando
ingentes danos apesar de não terem conseguido entrar nos locais onde se encontram
os ossários. Nos muros escritos contra a OTAN e os bombardeios aliados em andamento
contra a Líbia. (SP)