Tunis, 06 jun (RV) - “Os refugiados acolhidos no campo de Choucha, Tunísia,
começam a se cansar da longa espera pelo status de refugiados e querem finalmente
deixar a situação de precariedade em que vivem”: foi o que disse à agência Fides o
Arcebispo de Tunis, Dom Maroun Elias Lahham. No campo de Choucha, a cerca 25 km da
cidade de Ras Ajdir, perto da fronteira com a Líbia, registraram-se atritos entre
refugiados eritreus e os de origem sudanesa que fugiram da Líbia após o atual conflito
bélico. Sucessivamente, a população local invadiu o campo, após uma manifestação de
protesto convocada por alguns refugiados.
“A polícia tunisiana repatriou os
sudaneses que, por sua vez, não tinham direito de pedir o status de refugiados políticos”
– prossegue Lahham. “Aqueles que possuem este direito, na maioria eritreus, permaneceram.
As coisas são muito lentas no que diz respeito à obtenção do visto das autoridades
italianas. Estas pessoas estão cansadas de esperar: não podem retornar à Eritreia;
sabem ter direito de receber o status de refugiados mas vivem há meses em campos de
refugiados, destacou o arcebispo.
O prelado afirmou ainda que “a população
tunisiana também não aguenta mais esta situação porque oferecer comida e bebida há
meses a milhares de pessoas é difícil, considerando que estamos saindo de uma espécie
de 'tsunami' político”. A Igreja Católica está presente no campo. “De modo especial,
Padre Sandro de Pretis, que fala bem eritreu porque trabalhou na Etitreia e está em
constante contato comigo” – conclui Dom Maroun Lahham. (SP)