PAPA: FAMÍLIA É RECURSO INSUBSTITUÍVEL PARA A EVANGELIZAÇÃO
Zagreb, 05 jun (RV) - Dezenas de milhares de pessoas participaram no hipódromo
de Zagreb da missa solene presidida pelo papa em seu segundo e último dia de visita
à Croácia, na I Jornada Nacional das famílias católicas croatas.
O Pontífice
chegou ao local às 9h30 locais, em ‘papamóvel’, em meio a milhares de fiéis, muitos
dos quais passaram a noite no hipódromo depois de participar ontem na vigília com
Bento XVI na praça principal de Zagreb.
Da missa, participaram todos os bispos
croatas e muitos de países vizinhos, como Bósnia-Herzogovina. Croatas da diáspora
também foram expressamente à cidade para participar da visita papal.
Em sua
homilia, o pontífice insistiu na dimensão missionária da família, na educação dos
filhos e em geral na participação ativa na missão da Igreja e na vida da sociedade.
Fez um verdadeiro ‘cântico’ à família tradicional fundada no matrimônio entre um homem
e uma mulher, condenou o aborto e a eutanásia e assinalou que uma “família autêntica,
baseada nestes princípios, é uma boa nova para o mundo”.
Bento XVI começou
comentando os textos da missa, do domingo depois da Ascensão (celebrada quinta-feira
na Croácia). Em seguida, considerando a composição da assembleia, constituída principalmente
por famílias, ele recordou que “a família cristã é um sinal especial da presença e
do amor de Cristo, chamada a dar uma contribuição específica e insubstituível na evangelização”.
Na verdade, “a família cristã foi sempre a primeira via de transmissão da
fé” – insistiu Bento XVI, que se dirigiu em croata aos pais e mães pedindo-lhes que
se empenhem em ensinar os filhos a rezar, e em rezar com eles.
“Na sociedade
atual, é muito necessária e urgente a presença de famílias cristãs exemplares. Infelizmente
temos de constatar, sobretudo na Europa, o aumento de uma secularização que leva a
deixar Deus à margem da vida e a uma crescente desagregação da família.”
Por
outro lado - observou ainda - “reduz-se o amor à mera emoção sentimental e à satisfação
de impulsos instintivos, sem um esforço em construir laços duradouros de mútua pertença
e sem abertura à vida”.
“É muito importante o testemunho e o compromisso das
famílias cristãs para afirmar a intangibilidade da vida humana desde a concepção até
ao seu fim natural, o valor único e insubstituível da família fundada no matrimônio
e a necessidade de disposições legislativas que sustentem as famílias na sua tarefa
de gerar e educar os filhos”.
Neste sentido, Bento XVI as animou à paternidade
e à maternidade, afirmando que abrir-se à vida é um sinal de apertura e de confiança
no futuro.
A missa foi celebrada em croata, latim e italiano. O Evangelho foi
cantado em paleo-eslavo: esse antigo idioma foi a primeira língua eslava, difundida
no século IX pelos missionários bizantinos Cirilo e Metódio. Algumas Igrejas ortodoxas
e greco-católicas no leste da Europa ainda utilizam na liturgia. (CM)