CRIANÇAS SOMALIS: VÍTIMAS INOCENTES DA GUERRA CIVIL
Mogadíscio, 3 jun (RV) – A Organização Mundial da Saúde (OMS) revelou que as
principais causas de morte entre crianças com menos de cinco anos na Somália estão
diretamente ligadas aos conflitos armados. A maioria das mortes é provocada por queimaduras,
hemorragias internas causadas por explosões e balas perdidas.
Além da intensificação
dos conflitos, explica a OMS, o aumento das vítimas infantis se deve a superpopulação
nas casas na região de Bakara, epicentro dos combates e confrontos entre os soldados
do governo de transição e os grupos da insurreição armada.
No mês passado,
dos 1590 casos de feridos encaminhados aos hospitais, 735 eram crianças, o que representa
46% do total. As crianças na Somália "não conhecem nada além da guerra" – observa
Ahmed Dini, ativista dos direitos humanos – considerando que a metade da população
atual nasceu depois de 1991, ano da queda do regime de Siad Barre. Num contexto como
o da Somália – explica Dini – jovens e crianças desenvolveram três estratégias de
sobrevivência: participar de um grupo armado, usar drogas ou tentar a travessia do
golfo de Aden ou dos desertos africanos para chegar na Europa.
Se nada for
feito – sustenta o ativista – a geração atual e as próximas serão perdidas. Calcula-se
que somente na capital Mogadíscio existam entre 4 e 5 mil crianças abandonadas ou
órfãs que vivem nas ruas. (RB)