Duékoué, 03 jun (RV) - Continua o drama das pessoas deslocadas acolhidas na
paróquia de Duékoué, no oeste da Costa do Marfim. No final de março, após a conquista
da cidade pelas Forças Republicanas da Costa do Marfim (FRCI) fiéis ao atual Presidente
Alassane Ouattara, cerca de 27 mil pessoas, a maioria da etnia gueré (que apoia o
Presidente Gbagbo) se refugiaram na pequena missão católica da cidade.
“A
situação está cada vez mais dramática: 27 mil pessoas que vivem no espaço restrito
de uma pequena paróquia. Cada um delas tem a disposição apenas um metro quadrado para
viver. As condições de higiene e de saúde são precárias” disse à agência Fides Dom
Gaspar Béby Gnéba, Bispo de Man, cujo território engloba também Duékoué.
A
Missão das Nações Unidas na Costa do Marfim garante a segurança dessas pessoas, enquanto
a Caritas oferece refeições e um serviço de saúde. A presença de soldados da ONU,
no entanto, não é suficiente para tranqüilizar os refugiados e fazê-los voltar para
suas casas. “O clima de insegurança é muito forte, mas o verdadeiro problema é que
essas pessoas não têm casa para voltar, porque suas casas foram saqueadas, destruídas
e queimadas”, disse Dom Gnéba.
“É urgente encontrar outro lugar para elas,
bem como garantir a segurança para aqueles que ainda têm uma casa e querem voltar.
Depois deverão ser reconstruídas as casas destruídas”, concluiu o Bispo de Man. (SP)