PERDAS DE GRÃOS APÓS A COLHEITA: 48 MILHÕES DE PESSOAS DEIXAM DE SER ALIMENTADAS POR
ANO
Roma, 02 jun (RV) – Investir nas tecnologias pós-colheita para reduzir as perdas
de alimentos poderia contribuir muito para o aumento de oferta de alimentos na África
Subsaariana. Essa é a questão central do relatório conjunto da Organização das Nações
Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) e do Banco Mundial, lançado, nesta semana,
por ocasião de um encontro entre especialistas e técnicos da área.
O relatório
intitula-se “Alimento Perdido: o caso dos grãos perdidos após a colheita na África
Subsaariana”. Conforme consta no documento, essas perdas são estimadas em quatro bilhões
de dólares ao ano. “Todo esse alimento desperdiçado bastaria para satisfazer os requisitos
mínimos nutricionais de, pelo menos, 48 milhões de pessoas”, afirma a vice-diretora
geral da FAO, Maria Helena Semedo. Para ela, “se concordamos que é preciso desenvolver
sistemas agrícolas sustentáveis que possam tirar da situação de fome nove bilhões
de pessoas até 2050, enfrentar o problema do desperdício ao longo da cadeia alimentar
deve ser um ponto chave das futuras estratégias alimentares nacionais”.
De
acordo com o sistema africano de informação sobre perdas de grãos pós-colheita, as
perdas físicas de grãos, na primeira fase de elaboração, variam entre 10 e 20% do
montante total. Somente na África oriental e meridional as perdas são estimadas em
um bilhão e 600 milhões de dólares ao ano, cerca de 13% do valor total da produção
de grãos. (ED)