Cidade
do Vaticano, 1º jun (RV) - A candidatura das mulheres africanas para receber o
Prêmio Nobel da Paz de 2011, apresentada na semana passada, recebe apoio dos italianos.
Uma campanha - que ressalta o papel das mulheres africanas e a importância do prêmio
- começou a ser veiculada nas rádios e tv's italianas. Nela, todos são convidados
a assinar o apoio a candidatura por meio do site www.noppaw.org
O
presidente do Instituto que coordena as ações na Itália, Guido Barbera, explica como
surgiu a candidatura. "Queremos colocar em evidências as mulheres do dia-a-dia, as
mulheres que saem de casa e vão cultivar nos seus pequenos pedaços de terra os poucos
suprimentos necessários para garantir a sobrevivência das famílias. Aquelas mulheres
que percorrem infindáveis quilômetros para buscar a água essencial para a sobrevivência.
Esses são os verdadeiros milagres que garantem a sobrevivência de um povo. Mas também
na forma como elas enfrentam os problemas. Nós pensamos de lancar essa campanha para
poder falar dessa experiência, para termos noção de que hoje é possível uma nova cooperação.
Por isso candidatamos a coletividade das mulheres africanas, não uma ou duas, uma
associação ou uma rede de mulheres e sim, todas elas".
A teóloga camaronense
Helene Yinda fala sobre os efeitos concretos da campanha e o que poderia acontecer
se o Nobel da Paz fosse para o continente africano. "A campanha permite repassar uma
imagem diversa da África: uma imagem feita de força, uma imagem construída de jovens
corajosos. O segundo benefício que vejo é vantajoso para toda a humanidade por dar
um novo enfoque nas relações entre a Europa e a África e sobretudo nas relações de
cooperação internacional. É um valor "imaterial", que vai além de qualquer vantagem
econômica. O verdadeiro valor que esta campanha trará é o reconhecimento público e
internacional do papel que as mulheres africanas tem na sociedade. Entretanto, um
aspecto fundamental é aquele de uma legislação que proteja as mulheres, dando a elas
também alguns instrumentos para poder criticar ou fazer oposição, por exemplo, aos
governos. É importante que estes instrumentos legislativos sejam popularizados, na
verdade sejam colocados à disposição e de forma compreensível às mulheres simples,
como eu, para as mulheres comuns". (RB)