Zagreb, 1º jun (RV) - A Croácia se prepara para acolher o Papa sábado e domingo
próximos. Sobre a expectativa e os desafios desta XIX viagem apostólica internacional
de Bento XVI, viagem esta que o leva ao país balcânico, eis o que nos disse o Arcebispo
de Zagreb, Cardeal Josip Bozanić, entrevistado pela Rádio Vaticano:
Cardeal
Josip Bozanić:- "Creio que o maior desafio é o da secularização
que se torna cada vez mais presente em nossa sociedade e que mostra a sua influência,
em primeiro lugar, sobre as novas gerações. Os jovens partilham a mesma realidade
dos outros jovens europeus, mas são também muito sensíveis aos valores espirituais
e às iniciativas da Igreja, sentem que a Igreja é a casa deles, que lhes dá espaço
e se interessa por eles. Muitas vezes são os próprios jovens que propõem, nas paróquias,
várias iniciativas: encontros de oração, peregrinações. Os nossos jovens participam
com alegria também da vida sacramental e buscam inclusive a confissão. Por sua vez,
a Igreja sente também o apelo a dedicar-se às famílias, também elas atingidas pela
cultura secularizada, e que neste período se mostram enfraquecidas pela falta de trabalho,
nessa situação de dificuldades sociais e econômicas generalizadas. Queremos inclusive
sensibilizar as instituições civis, a fim de que saibam intervir em favor da família
com verdadeiras iniciativas. Na família está o futuro da Igreja e da sociedade."
RV:
Qual é hoje o papel da Croácia na Europa?
Cardeal Josip Bozanić:-
"A Croácia está aberta à União Européia e está se preparando para fazer parte dela.
A Croácia, estando situada numa região do continente em que se encontram e convivem
tanto pessoas que professam a fé cristã – pertencentes ou à Igreja Católica ou à Igreja
ortodoxa – quanto pessoas que professam a religião muçulmana, é chamada a ser lugar
de diálogo confessional e inter-religioso. A Croácia é chamada – pode-se dizer – a
ser ponte para a Europa."
RV: Quais são as expectativas da Igreja e da nação
croata em relação a essa visita do Papa?
Cardeal Josip Bozanić:-
"Para nós é uma graça especial poder transcorrer estes dois dias com o Santo Padre,
encontrar-nos com o Sucessor de Pedro e rezar com ele. O nosso coração está aberto
e deseja acolher as suas palavras e a sua mensagem. Nós vemos esse evento com grande
gratidão e reconhecemos nele uma importante ocasião para tornar a nossa resposta mais
viva, para sermos verdadeiras testemunhas da fé, movidos pela esperança e pela caridade."
(RL)