CAMPANHA GLOBAL CONTRA A FOME: "O SISTEMA ALIMENTAR MUNDIAL ESTÁ FALIDO"
Roma, 01 jun (RV) – Lançada uma campanha global contra a fome. Intitulada “Cultiva.
O Alimento. A Vida. O Planeta.”, a iniciativa foi organizada pela Oxfam Itália, uma
Rede Internacional de organizações (de diversos países) que lutam contra a pobreza
e a injustiça no mundo.
A Oxfam elaborou um relatório, no qual alerta para
o risco de uma grave crise alimentar, que levará à pobreza outros milhões de pessoas
se nada for feito de efetivo para frear o aumento dos preços dos alimentos. Entre
as personalidades que aderiram à Campanha, o ex-presidente brasileiro Luiz Inácio
Lula da Silva, o arcebispo anglicano da África do Sul, Desmond Tutu, e a atriz norte-americana
Scarlett Johanson.
Segundo o documento, os sintomas do colapso do sistema
alimentar mundial são claros: fome em aumento, produtividade agrícola estagnada, luta
pelo controle de terras férteis e acesso à água, além de alimentos mais caros. O período
é apontado como o início de uma nova era de escassez.
Alguns dados levantados
pela Oxfam: o milho, que já atingiu seu preço recorde, aumentará mais que o dobro
nos próximos 20 anos; 50% dos aumentos dos preços dos alimentos serão causados por
mudanças climáticas e vão atingir principalmente os mais pobres do planeta, os quais
usam 80% da sua renda para a alimentação. Até 2050, a demanda por alimento aumentará
em 70%, enquanto a capacidade produtiva está diminuindo.
Segundo o presidente
da Rede, Francesco Petrelli, “o nosso planeta tem capacidade para nutrir toda a humanidade,
e, ainda assim, um ser humano a cada sete sofre de fome no mundo”.
Essa campanha
irá nominar os governos que, com as suas políticas econômicas, financeiras e agrárias
põe em risco a segurança alimentar do planeta, além de citar as empresas que lucram
com essa situação.
A campanha chama a atenção principalmente para os seguintes
elementos: o sistema alimentar está falido, um bilhão de pessoas passa fome no mundo;
governos e empresas devem investir em um novo modelo agrícola no qual um milhão de
pequenos agricultores possam ter acesso à terra e aos recursos necessários para o
cultivo; se as mulheres tiverem o mesmo acesso à terra que os homens, a produção alimentar
poderá aumentar de 20 a 30%, permitindo o acesso aos alimentos para mais 150 milhões
de pessoas. (ED)