UNIÃO EUROPEIA REÚNE LÍDERES RELIGIOSOS PARA DISCUTIR PRIMAVERA ÁRABE
Bruxelas,
30 mai (RV) – Cerca de vinte representantes das religiões cristã, judaica e islâmica
e das comunidades budistas participaram hoje, na capital da Bélgica, por convite do
presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, de um encontro co-presidido
por Jerzy Buzek, presidente do Parlamento Europeu, e também pelo presidente do Conselho
Europeu, Herman van Rompuy. As discussões foram centradas na necessidade de encontrar
modalidades mais eficazes para promover os direitos e a liberdade numa parceria para
a democracia e a prosperidade entre a Europa e os países vizinhos.
Este foi
o sétimo de uma série de encontros anuais lançada pelo presidente Barroso em 2005.
Nesse contexto, foi a segunda vez que um encontro deste tipo aconteceu no âmbito do
tratado de Lisboa, no qual o artigo 17 prevê que a União Europeia (UE) mantenha "um
diálogo aberto, transparente e regular" com as igrejas e com a comunidade religiosa.
Depois do encontro, o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso,
declarou em coletiva para a imprensa que a Europa tem papel fundamental para garantir
os direitos humanos e a liberdade religiosa após a "Primavera Árabe".
"Nós
tivemos uma discussão aberta e construtiva sobre os valores da democracia e liberdade
que são o nosso ponto central na Europa. Nós também discutimos as nossas ambições,
que são partilhadas, para espalhar esses valores também aos nossos países vizinhos.
O nosso encontrou reiterou o comprometimento com a liberdade e o direito democráticos.
Isso demonstra que a União Europeia é um laboratório para apontar regras transnacionais
baseada numa experiência de 50 anos promovendo paz e democracia, liberdade e solidariedade
por todo o continente.
Já o presidente do Parlamento Europeu, Jerzy Buzek,
relatou que os movimentos religiosos podem colaborar para promover a democracia além
das fronteiras europeias. "Igrejas e a comunidade religiosa podem nos ajudar com muitas
ideias para promover os mais importantes valores da dignidade humana e dos direitos
humanos. E isso também está ligado com o respeito às minorias e liberdade religiosa.
A partir da minha própria experiência, há dois meses, na cidade do Cairo, no Egito,
quando encontrei as minorias cooptas e discutimos exatamente sobre isso. É o que precisamos
fazer agora tambem no nosso continente e fora da União Europeia".
O presidente
do Conselho Europeu, Herman van Rompuy, disse que a "primavera árabe" é a libertação
do próprio povo. "Os árabes libertaram eles mesmos. Essa é a revolução deles. Esses
são nossos valores em comum. Essa revolução não é resultado do trabalho de extremistas
ou fanáticos, pelo contrário, eles provaram que não existe contradição entre o Islã
e a democracia, assim como acontece com as outras religiões". (RB-RV)