Cidade do Vaticano, 30 mai (RV) - Bento XVI começou esta semana de trabalho
recebendo os participantes da Plenária do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova
Evangelização: um grupo de cardeais, bispos e sacerdotes membros do dicastério.
Este
Conselho foi criado em junho do ano passado como resposta à crise da vida cristã que
se verifica em muitos países de tradições antigas. Como presidente, o papa nomeou
Dom Salvatore Fisichella, que na audiência desta manhã, ilustrou a Bento XVI os trabalhos
da primeira Assembleia.
A Nova Evangelização e a transmissão da fé cristã
serão o tema da XIII Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, em outubro de
2012.
Para o papa, a atual crise traz consigo a exclusão de Deus da vida das
pessoas, a indiferença generalizada em relação à fé e a tentativa de marginalizá-la
da vida pública. Enquanto no passado a fé plasmou a cultura dos povos, hoje o drama
da fragmentação dificulta o sentimento de pertença. Muitas vezes, as pessoas desejam
fazer parte da Igreja, mas se deixam dominar por uma visão da vida contrastante com
a fé.
Anunciar Jesus Cristo hoje é mais complicado do que no passado; em nossos
dias, o anúncio precisa de novo vigor para convencer o homem contemporâneo, distraído
e insensível. Nesta difícil relação com a modernidade, é bom esclarecer que ser cristão
não é um hábito íntimo a ser praticado em ocasiões especiais, mas é algo vivo e totalizador.
Neste contexto, Bento XVI ressaltou a urgência de uma boa formação das novas
gerações, através de um projeto que evidencie a presença da Igreja neste momento tão
peculiar.
Ao encerrar seu discurso, o papa recomendou que “o estilo de vida
dos cristãos seja crível e coerente com a condição de vida das pessoas às quais se
dirigem” e recordou que é mediante a sua conduta que a Igreja pode evangelizar o mundo:
com o exemplo de pobreza, despojo e liberdade diante dos poderes mundanos, ou seja,
sendo modelo de santidade. (CM)