MOVIMENTO DOS "INDIGNADOS" IMPÕE DESAFIOS À IGREJA NA ESPANHA
Madri, 30 maio (RV) – A crise econômica na Espanha se faz ouvir nas ruas através
dos protestos do chamado movimento dos “Indignados”. Neste final de semana, apesar
dos confrontos anteriores com as forças de segurança oficiais, os “Indignados” voltaram
às ruas para protestar, lotando a Plaza de Catalunya”, em Barcelona.
A Rádio
Vaticano conversou com o arcebispo de Oviedo (Espanha), Dom Jesús Sanz Montes, que
falou sobre esse fenômeno e os desafios que ele impõe à Igreja no país, num momento
de fortes tensões sociais. Dom Montes explicou que não se trata de um movimento homogêneo,
que os participantes não representam uma realidade homogênea precisa, e sim um grupo
de pessoas de diferentes idades que está muito desconfortável com a situação econômica
do país.
“O desemprego, na Espanha, é muito alto, inclusive entre os jovens”,
sublinhou o prelado. “Uma avaliação do ponto de vista pastoral e eclesial é que a
crise não é somente econômica, mas muito mais ampla, inclui o aspecto cultural e o
aspecto moral da vida”. E continuou: “o desafio que encontramos, como pastores e comunidades
cristãs na Espanha, é o de lermos corretamente esse mal estar e respondermos às questões
que estão profundamente marcadas nos corações dos jovens”.
Entre as reivindicações
dos “Indignados”, as de que a política seja posta a serviço dos cidadãos e seja eliminada
a corrupção. Há também a exigência de uma completa separação entre Estado e Igreja,
ao que o arcebispo diz não ser uma novidade na Espanha, e desmente as acusações de
que a Instituição goze de privilégios junto ao governo. (ED)