ITÁLIA, 150 ANOS DE UNIDADE NACIONAL: PAPA RENOVA CONSAGRAÇÃO DO PAÍS AO CORAÇÃO DE
MARIA
Cidade do Vaticano, 26 mai (RV) - Bento XVI, a convite do Arcebispo de Gênova
e Presidente da Conferência Episcopal Italiana, Cardeal Angelo Bagnasco, presidiu,
às 17h30 locais, a recitação do Terço na Basílica Papal de Santa Maria Maior, junto
com os bispos italianos reunidos em Assembleia Geral.
Com esse ato, no Sesquicentenário
da Unidade nacional da Itália, o Papa e a Igreja italiana confiaram a nação a Maria,
invocada com o título de Salus Popoli Romani (Salvação do Povo Romano) e Mater
Unitatis (Mãe da Unidade).
Que a Itália possa "gozar de paz e prosperidade
e reencontrar no patrimônio de tradição e de fé cristã uma unidade interior": foi
a intercessão que o Papa e os bispos italianos pediram a Nossa Senhora para o país,
por ocasião de seus 150 anos de Unidade nacional.
Diante da imagem de Maria
Salus Popoli Romani, uma das mais antigas e mais amadas que representam Nossa
Senhora, o Pontífice rezou a fim de que Deus, que constituiu Maria Mãe de seu dileto
Filho, conceda "ao povo italiano – que confia na sua materna proteção – gozar sempre
os dons da unidade e da paz". Uma oração dirigida à Virgem sob o título de "Maria
Unitatis" – uma invocação pela unidade da nação italiana.
Na homilia o Santo
Padre recordou que a Basílica de Santa Maria Maior é a primeira no Ocidente dedicada
à Virgem Mãe de Deus.
"Ao entrar nela – disse o Papa – o meu pensamento voltou-se
para o primeiro dia do ano 2000, quando o Beato João Paulo II abriu a Porta Santa
desta Basílica, confiando o Ano jubilar a Maria, para que velasse o caminho daqueles
que se reconheciam peregrinos de graça e de misericórdia."
Falando ainda sobre
a Virgem Maria, ressaltou que a vida da Mãe de Cristo "é um apelo a reconduzir aquilo
que somos à escuta e ao acolhimento da Palavra, chegando na fé a engrandecer o Senhor,
diante do qual a nossa única possível grandeza é a que se expressa na obediência filial".
As
disposições de seu coração – a escuta, o acolhimento, a humildade, a fidelidade, o
louvor e a espera – correspondem às atitudes interiores e aos gestos que plasmam a
vida cristã. A Igreja se alimenta disso, consciente de que eles expressam aquilo que
Deus espera dela – continuou o Pontífice.
Tecidas algumas considerações, Bento
XVI afirmou que a fé não é alienação: "são outras as experiências que prejudicam a
dignidade do homem e a qualidade da convivência social! Em cada período histórico
o encontro com a palavra sempre nova do Evangelho foi fonte de civilização, construiu
pontes entre os povos e enriqueceu o tecido das nossas cidades, expressando-se na
cultura, nas artes e, não por último, nas mil formas da caridade".
Por isso
mesmo – continuou –, "celebrando os cento e cinqüenta anos de sua unidade política,
a Itália pode sentir-se orgulhosa da presença e da ação da Igreja. Ela não busca privilégios,
nem pretende substituir-se às responsabilidades das instituições políticas; respeitosa
da legítima laicidade do Estado, está atenta em defender os direitos fundamentais
do homem".
Dirigindo-se aos bispos italianos, Bento XVI fez uma premente exortação:
"Não
hesitem em estimular os fiéis leigos a vencer o espírito de distração e indiferença,
e a participar em primeira pessoa da vida pública. Encorajem as iniciativas de formação
inspiradas na doutrina social da Igreja, a fim de que quem é chamado a responsabilidades
políticas e administrativas não seja vítima da tentação de aproveitar a sua posição
para interesses pessoais ou para a sede de poder.
O Santo Padre concluiu pedindo
à Mãe de Deus que encoraje os jovens, ajude as famílias, conforte os doentes, implore
para cada um uma renovada efusão do Espírito, "ajudando-nos a reconhecer e a seguir
também neste nosso tempo o Senhor, que é o verdadeiro bem da vida, porque é a própria
vida". (RL)