RÁDIO VATICANO: 80 ANOS A HISTÓRIA DO PROGRAMA HÚNGARO
Cidade
do Vaticano, 24 mai (RV) - „Dicsértessék a Jézus Krisztus” - „Laudetur Jesus Christus”
– esta saudação em língua húngara ressoa no ar já há 72 anos, quando, em 2 de março
de 1939, o Padre Tibor Gallus SJ anunciou a eleição do Papa Pacelli.
A introdução
do Programa Húngaro na programação da Rádio Vaticano foi solicitada pessoalmente pelo
Cardeal József Mindszenty, em 1946. Pio XII acolheu prontamente o pedido do Cardeal
que tinha no coração a evangelização de todos os húngaros. Inicialmente uma vez por
semana e, depois de 1949, o programa húngaro se torna diário.
A voz do Papa
e da Igreja em diálogo com o mundo. Essa é a missão da Rádio Vaticano, com a qual
o Programa Húngaro quis contribuir desde seus primórdios. Tanto que nas difíceis décadas
do comunismo, quando a fé na Hungria sofria perseguições, o Magistério da Igreja conseguia
atingir os católicos húngaros além da cortina de ferro somente por meio das ondas
da Rádio Vaticano.
A partir de 1945 foi preciso esperar até 1990 para ver a
total retomada das relações diplomáticas entre a Hungria e a Santa Sé.
Os ensinamentos
do Concílio Vaticano II e as novas escolas de teologia chegavam aos fiéis húngaros
graças aos esforços do padre Ferenc Szabó SJ. As transmissões eram gravadas e transcritas
diariamente pela Magyar Kurir - a primeira agência católica da Europa Central, fundada
em 1911, hoje disponível na internet – para depois serem enviadas as várias paróquias
da Hungria.
A partir de 1989, com a queda do Muro de Berlin, começou uma lenta
retomada da Igreja local na Hungria, se abriu a possibilidade de se fazer sentir a
sua voz também nos demais meios de comunicação.
Praça dos Heróis
As
palavras de coragem do beato João Paulo II durante sua primeira visita apostólica
deram um impulso muito significativo para que a vida religiosa renascesse na Hungria.
Em 20 de agosto de 1991, depois da Santa Missa celebrada na praça dos Heróis de Budapeste,
falou a multidão.
"Vocês, caros irmãos húngaros, estejam cientes da grande
sorte que representa para a sua existência a liberdade que vocês conquistaram de modo
irreversível. Que vocês saibam apreciar e viver a liberdade".
O programa Húngaro
desde o início manteve uma ótima colaboração com os vários meios de comunicação locais
e nacionais que, inclusive, quando falamos das rádios católicas, retransmitem o programa
gerado do Vaticano mais de uma vez por dia, atingido os fiéis de língua húngara em
diáspora nos países vizinhos. Os colegas do programa húngaro fazem já há muitos anos
uma resenha semanal voltada à minoria húngara na Eslováquia, transmitida pela Rádio
Patria.
As atividades do Papa e da Santa Sé, aprofundamentos do Magistério
da Igreja, acontecimentos sobre os cristãos no mundo, editorias sobre o Evangelho
e sobre os documentos papais, entrevistas com os sacerdotes e com os pelegrinos húngaros
em visita a Roma, em colaboração com todos os Padres Jesuítas na Hungria e com os
nossos correspondentes em todo o mundo. É isso que em vinte minutos por dia a nossa
redação propõe aos ouvintes e com uma particularidade: somente com vozes femininas
coordenadas por Marta Vertse.
O programa húngaro da Rádio Vaticana ao longo
dos anos tornou-se uma voz clara, competente e, acima de tudo, autêntica a serviço
da comunhão com os cristãos perseguidos. Patrimônio ao qual queremos ser fiéis. Mesmo
no mundo de hoje, que é livre, mas muitas vezes confuso e a procura de valores, que
é justamente onde surge o desafio urgente da nova evangelização. (RB)