EUA ASSUMEM NOVAMENTE PAPEL CENTRAL NA MEDIAÇÃO ENTRE ISRAEL E PALESTINA
Cidade do Vaticano, 19 maio (RV) – A poucos dias da demissão inesperada de
George Mitchell, enviado especial dos Estados Unidos para o Oriente Médio, o presidente
Barak Obama relança o país norte-americano no papel de principal mediador na crise
entre Israel e Palestina. Ele recebeu ontem, em Washington, o rei Abdallah da Jordânia,
com o qual traçou as futuras linhas diplomáticas para enfrentar a questão, e deverá
apresentar amanhã um novo plano de paz.
Por parte da Palestina, o presidente
Abu Mazem solicitou às Nações Unidas que reconheça o Estado palestino durante a próxima
sessão da Assembléia Geral, em setembro.
Sobre esse cenário e o posicionamento
estadunidense, a Rádio Vaticano entrevistou o docente de História Americana da Universidade
de Genova, Fernando Fasce. Sobre o plano de paz que deverá ser apresentado pelo presidente
americano nesta sexta-feira, o Professor disse não acreditar que este possa ser satisfatório
no sentido de por fim aos conflitos entre palestinos e israelenses. Uma das dificuldades
estaria na posição determinada e pouco flexível do primeiro-ministro de Israel, Benjamin
Netanyahu.
Sobre a possibilidade de a recente união entre Hamas e Al Fatah
ser um obstáculo para a retomada dos diálogos, o docente explicou que muitos considerariam
que sim. A sua opinião, porém, é a de que se deve perceber se “diante de Netanyahu
serão apresentadas prospectivas de uma mobilização de tipo democrática no mundo árabe,
como essas recentes demonstradas no Norte da África, e isso poderia mudar o equilíbrio
interno mesmo dentro de Israel”. (ED)